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domingo, 25 de dezembro de 2011

Relembrar 2004 para retomar a via combativa!


Vídeo sobre a luta contra a bilhetagem eletrônica em Fortaleza, Ceará, no ano de 2004 e os métodos combativos na manifestação de 3 de junho, a Batalha na Av. Luciano Carneiro.


Neste momento em que vivemos, onde a juventude proletária, os estudantes e trabalhadores de diversos cantos do mundo (Grécia, Egito, Chile) se levantam em rebelião contra as ofensivas do Capital e do Estado (contra congelamentos salariais, reformas previdenciárias, contra a educação privatizada e elitista, etc.), é fundamental estarmos relembrando experiencias de lutas combativas. Assim poderemos superar suas debilidades e mais do que nunca reafirmar seus acertos (tal como o método da ação combativa de massas). Só assim poderemos nos colocar a altura dos acontecimentos atuais, nos localizando na luta de classes e identificando nossos enemigos, assim poderemos avançar em defesa de nossa classe e por uma educação popular!

Esta tarefa não é abstrata e sim muito real e presente em nossas vidas: nossas escolas estão sucateadas, sem professores, sem material necessário, sem democracia interna, e os governantes e empresários não param de congelar verbas para educação e beneficiar o ensino privado, portanto, nossa tarefa é organizar em cada escola grêmios de luta, unificar estes grêmios, assim como nos unificarmos aos trabalhadores da educação e demais estudantes  do povo (universitários ou técnicos).

Viva a Ação Direta Estudantil!

Abaixo o Parlamentarismo Estudantil e o Governismo!

Construir a GREVE GERAL na Educação!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Informes secundaristas


CEM 01 DE SOBRADINHO: Organizar a luta e mobilização estudantil!


Desde sua eleição que ocorreu no dia 13 de maio, a gestão E.R.U.S do Grêmio do CEM 01 de Sobradinho vem demonstrando que não será uma ferramenta de luta dos estudantes. Nem mesmo demandas de mais urgência do colégio, cujo algumas em suas reivindicações seriam prioridade (papel higiênico, abertura dos laboratórios, volta do antigo ponto a ponto, etc.) não foram sequer levadas para debates mais amplos com os estudantes.

Para além destas reivindicações imediatas, devemos entender o porquê desse descaso com a mobilização estudantil por parte do Grêmio do CEM 01 de Sobradinho. Mesmo sendo uma chapa que se dizia “apartidária” durante o período eleitoral, em sua primeira atuação vimos propagandas da chapa homenageando o deputado Raad (DEM), que, fora o fato de estar envolvido em inquérito por sua campanha política, compõe um partido direitista que defende os programas de privatização da educação. Este fato revela os laços políticos que mantém este Grêmio, buscando utilizar uma entidade estudantil como palanque de políticos contrários a educação pública de qualidade. Seguindo esta linha, o mais perto de “atuação” foram as festas e gincanas organizadas por eles e patrocinadas por empresas.


[Estudantes chilenos enfrentam as forças policiais pela educação pública]


Enquanto isso os alunos do Centro de Ensino Médio 01 de Sobradinho continuam pagando caro por apostilas, a quadra foi “maquiada” para parecer reformada (o grêmio não se posicionou contra tal enganação), os alunos da tarde tiveram que pagar 40 reais por materiais de proteção para fazerem aula no laboratório de química, que está sem estrutura necessária. Alem disso, os bravos estudantes que compunham a Oposição CEI (Combativa Estudantil e Independente), único grupo na escola que realmente buscava lutar pelos interesses estudantis, foram perseguidos pela direção da escola e pelo Grêmio. Os membros da Oposição CEI foram diversas vezes encaminhados para a diretoria sofrendo ameaças, levando advertências, proibindo a colagem de cartazes, etc.

Portanto, é importante que os estudantes do CEM 01 retomem o Grêmio Estudantil para a Luta e para a Mobilização, pois o Grêmio não deve ser um espaço para palanque eleitoreiro, para fazer unicamente festas, ou servir aos interesses da diretoria da escola. É necessário que os estudantes se fortifiquem em uma Oposição ao atual grêmio, convoquem assembléias gerais para debater suas reivindicações, se aliem às outras escolas servindo como impulsionadores do movimento estudantil, e definitivamente escolham a luta por uma educação popular como a orientação para garantir nossa vitória!


LUTAR PARA ESTUDAR! ESTUDAR PARA LUTAR!

POR UMA EDUCAÇÃO POPULAR, GRATUITA E DE QUALIDADE!

LEVANTAR EM REBELIÃO OS ESTUDANTES DO DF E ENTORNO!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Comunicado regional da RECC-Ceará - nº 03


CONSTRUIR A GREVE ESTUDANTIL NO CEARÁ!

No período intenso de mobilização durante a greve dos professores do Estado do Ceará, em 2011, houve um fundamental apoio dos estudantes secundaristas nas lutas relacionadas à educação, e este protagonismo estudantil está apontando cada vez mais para o ressurgimento de um Movimento Estudantil combativo e organizado no Estado, onde os estudantes se fazem presentes em todas as assembleias e atos propostos pela categoria. Dentro dessa realidade, a reorganização do Movimento Estudantil secundarista merece um destaque especial, na medida em que constrói nas ocupações dos espaços públicos o confronto com o poder constituído, exercitando a importante tática da ação política direta frente a apatia desmobilizadora causada pela UNE, UBES, e Unefort.

A reorganização do ME frente aos ataques neoliberais dos governos Dilma Roussef/Cid Gomes/ Luizianne Lins, vem tendo como resposta o incremento das práticas de coerção aos estudantes e professores combativos, via SEDUC ( Secretaria de Educação do Estado do Ceará), através de assédio moral, com diretores de algumas escolas ameaçando de expulsão os estudantes que fazem parte dos Grêmios Estudantis e que estejam organizando uma retomada de lutas na educação secundarista ( vide o caso do estudante da escola Otávio de Farias que teve que sair da direção do grêmio). Além dos inimigos representados pelo governo, o Movimento Estudantil sincero e combativo ainda enfrenta os ataques das entidades que dizem representar os estudantes, mas que na verdade orientam os conchavos e negociações com as direções das escolas, impedindo uma verdadeira oposição. Por isso, devemos fortalecer nas escolas os Grêmios e seu importante papel junto aos estudantes, impulsionando-os assim para a luta.

[estudantes cearenses fazem manifestações no início do ano contra o aumento e pelo passe-livre]

As ameaças e coerções acontecem no claro intuito de barrar as lutas estudantis, pois os donos do poder sabem que as grandes massas de estudantes hoje no Brasil estão nas escolas públicas, e estas escolas na maioria das vezes estão em condições extremamente precárias, com professores recebendo salários baixos e falta de uma infra- estrutura digna, transformando os ambientes escolares em um verdadeiro barril de pólvora para a rebelião dos estudantes e trabalhadores da educação. Nessa horas devemos nos lembrar e tirar como resultado positivo o exemplo histórico dos estudantes do Chile, que ao exigirem a queda da reforma privatista do ensino e defenderem a gratuidade em todos os níveis educacionais, conseguiram construir uma greve geral e efetuar a queda de um ministro, fato que só aconteceu por causa da organização combativa dos estudantes (na maioria secundaristas), que priorizaram o enfrentamento direto nas ruas, através da ação direta e da greve geral com a classe trabalhadora.

A reorganização do movimento estudantil, entendendo os estudantes como uma fração da classe trabalhadora, deve ser capaz de criar um movimento de massas e classista a partir das bases. Ou seja, devemos mobilizar os estudantes e criar formas de organização para prepará-los para a ação direta.

Assim, entendemos que é fundamental na atual conjuntura pela qual passa a educação pública no Ceará e especialmente o Movimento Estudantil secundarista:

a) se organizar por local de estudo, através de grêmios combativos. Onde já existirem grêmios devemos levá-los para a luta e onde não existirem devemos criá-los com a perspectiva de um instrumento de luta.

b) os grêmios devem retomar a luta pelas revindicações estudantis secundaristas como melhor infraestrutura para as escolas, passe livre para estudantes e desempregados, uso do espaço escolar nos fins de semana para atividades extracurriculares de caráter cultural ou político e fim da perseguição política da SEDUC/Cid/PSB aos diretores de grêmios e demais estudantes combativos que estiveram mobilizados nesse último período.

c) Devemos aliar a luta dos estudantes através de seus instrumentos de luta de base com a luta dos professores (como a Rede de Zonais) e servidores da escola, unindo a classe trabalhadora contra a política exploradora e repressora do governo Cid/PSB e Dilma/PT.

d) devemos continuar construindo nossa luta, como estamos construindo desde o início das mobilizações de 2011, por fora da UNE, UBES e UNEFORT, pois mais do que nunca essas entidades se mostraram apenas como empresas de carteirinha e não reagiram aos ataques de Cid ou da SEDUC. Devemos continuar nossa luta combativa de forma independente dessas entidades covardes e pelegas.

Companheiros, essas tarefas se expressam hoje na organização dos estudantes da educação básica e superior, das redes pública e privada. A RECC convida então, todos os estudantes para a necessária tarefa de construção do Fórum Pela Greve Estudantil, de Grêmios Estudantis Combativos e Assembleias de base democráticas.


CONSTRUIR GRÊMIOS COMBATIVOS EM CADA ESCOLA! CONTRA A PERSEGUIÇÃO E CRIMINALIZAÇÃO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL PELA SEDUC E CID/PSB! FORA UNE, UBES E UNEFORT PELEGAS! CONTRA O CORTE DE 3,1 BI NA EDUCAÇÃO DO GOVERNO DILMA/PT CONSTRUIR A GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO!



RECC CONVIDA:

Vídeo-Debate:
"A luta secundarista combativa e o exemplo do Chile".
Local CH DA UECE (Av. Luciano Carneiro)
Sala de vídeo 3
Dia 15 de dezembro Hora 16:30



[Estudantes chilenos enfrentam repressão policial contra a privatização da Educação. Foto: 2º semestre de 2011.]

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

LUTA ESTUDANTIL NA ESCOLA TÉCNICA DE BRASÍLIA!


Todos à Assembléia Geral da
ETB no dia 16 de Setembro!

Os Alunos da Escola Técnica de Brasília se organizaram em um protesto no dia 02/09, para conseguir esclarecimentos da gestão da escola e mostrar revolta diante o estado de precarização da escola, dos laboratórios e dos banheiros (dos alunos). Os estudantes exigiam um esclarecimento de contas, tal como a origem e o “por que” das verbas usadas para reforma luxuosa no banheiro dos professores e da limpeza das telhas (da sala dos professores). Diante desses fatos, os alunos se encontraram na frente da direção com cartazes pedindo "Eleições Diretas Já!". Existe um descontentamento com a atual gestão, que foi escolhida por indicação do GDF, sendo assim uma gestão semi-ditatorial. Levando em consideração o atual sistema de estágios da escola, que hoje é a forma mais efetiva de manutenção diária, os estagiários, que também são estudantes, se manifestaram contra o salário baixíssimo que recebem, que não passa de R$ 150,00 reais por mês. Estes mesmos estagiários são os responsáveis pelos serviços nos laboratórios precarizados, e na manutenção do sistema de iluminação das quadras.

Sabemos bem que o principal culpado pelo estado precário de nossa escola é o GDF, pois nos repassa verbas insuficientes. Esta verba não dá para cobrir os custos necessários para os alunos terem uma educação técnica de qualidade. Porém, ainda tendo poucos recursos, a Direção utiliza o pouco que temos para construir um banheiro luxuoso. Por que a direção faz isso? Pois não tem um vínculo com a escola, não foi eleita diretamente pela comunidade escolar (professores, estudantes e servidores).

O protesto ganhou força na hora do intervalo do turno vespertino, e os estudantes se encaminharam até o auditório (onde estava a Direção e a Vice, que ignoraram o pedido de atender os estudantes na frente da escola) sob o grito de "FORA DIREÇÂO". Os alunos ali presentes não se contentaram com as falas vazias e as desculpas, nem um pouco convincentes, da direção. A partir disso, foi deliberado uma Assembléia Geral, que ocorrerá na sexta-feira dia 16/09. Convocamos todos os alunos a participar, pois nós sim somos os que mais sentimos com a precarização da nossa escola, e também somos nós que podemos lutar contra os ataques do GDF e da atual direção.

Eleições Diretas para direção Já!
Reforma
nos laboratórios, nos banheiros e nas quadras!
Mais verbas para a Educação!

Aumento real do salário dos estagiários!


Banheiro dos professores da ETB:

Banheiro dos estudantes da ETB:

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Governo Dilma/PT: Lucro para burguesia e massacre para a classe trabalhadora!

Nossa Educação está precarizada e privatizada!
ABAIXO O CORTE DE 3,1 BI NA EDUCAÇÃO!
REORGANIZAR O MOVIMENTO SECUNDARISTA!
CONSTRUIR A GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO!

domingo, 7 de agosto de 2011

Entrevista sobre Fim do Vestibular e Acesso Livre

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Entrevista realizada com um militante da Rede Estudantil Classista e Combativa - RECC, estudante de pedagogia da Universidade de Brasília - UnB, a respeito do Fim do Vestibular e a defesa do Acesso Livre no Ensino Superior Público. As perguntas foram elaboradas pelos estudantes secundaristas da cidade de Anápolis/GO, Gabriel Henrique, Matheus Manzatto e Arédio Pires; Toda a entrevista segue na íntegra.

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Qual seria o novo método de admissão nas Faculdades Públicas Brasileiras?

R: Historicamente, em nosso país, já tivemos diversas formas de admissão para o ensino superior, como entrevistas, prova de títulos (certificado do ensino médio), sorteios. Assim como em outros países há uma noção variada de ingresso, apesar de a maioria hoje seguir um modelo massificado e conteudista de exames classificatórios padronizados. A luta do movimento estudantil é pela universalização do ensino superior público, que significa todos que concluíram ensino médio e quiserem cursar ensino superior terem livre acesso. Logo, não achamos que o método de admissão tenha caráter excludente, de funil. Mas não negamos que as instituições realizem formas de avaliação não-punitivas de caráter contínuo que visem compreender as dificuldades e necessidades, da mesma forma talentos e facilidades, dos estudantes ingressos, até com forma de orientação acadêmica. Na argentina se utiliza um método semelhante. Mas, importante ressaltar que essa é uma questão secundária: método de admissão só se faz uma necessidade quando 1) não se há vagas para todos que querem estudar, 2) as instituições não podem sanar as dificuldades educacionais provindas de outros níveis que prejudiquem o aprendizado no ensino superior, 3) o diploma de ensino médio não tem significado real de aprendizagem, pois é de má qualidade. O programa que visa o fim do vestibular é uma luta muito mais ampla de reformulação do sistema de ensino que existe em nosso país, com ampliação significativa de verba, expropriação dos empresários educacionais etc.


Como ficaria a situação das instituições particulares de ensino superior com o fim do exame vestibular?

R: A universalização do ensino superior brasileiro público só será possível com a estatização das instituições e matrículas do setor privado, pondo um fim na mercantilização da educação que enche o bolso de grupos empresariais. Atualmente mais de 70% das matrículas do ensino superior são realizadas nesse setor, que é atualmente bancado e fomentado pelo Estado/governo petista, a partir de programas neoliberais como o PROUNI, e pelas exorbitantes mensalidades. É um setor tão lucrativo para o Capital que se sobra vagas hoje no ensino superior privado. A educação deve ser um direito garantido pelo Estado, para todos que querem estudar.


Seria um incentivo a mais à dedicação desde o ensino fundamental, o novo método de seleção feita pelas faculdades, método o qual o senhor nos apresenta?

R: Atualmente o sistema de ensino sofre uma esquizofrenia: seus currículos e diretrizes educativas são diretamente influenciados não pelas necessidades dos educando, mas diretamente pelos exames classificatórios. Só ver como as modificações do atual ENEM modificam a dinâmica e currículo das escolas e cursinhos. O objetivo final não é a aprendizagem do conteúdo em si, mas sua aplicabilidade num exame para passar para outro nível, sendo o conteúdo e forma desse exame arbitrário que não necessariamente avaliam nem mensuram seu desenvolvimento acadêmico futuro. A educação básica e média seriam radicalmente alteradas com o fim do vestibular.


Visto que, como na pergunta anterior, o método de avaliação seria desde o Ensino Fundamental quando ele seria posto em prática, pois muitos estudantes hoje só se preocupam com o Ensino Médio e tem um péssimo histórico escolar?

R: Como dito, a luta pelo fim do vestibular perpassa por outras pautas: ampliação significativa de verba, valorização da docência (salário, condições de trabalho etc.), modificação curricular e administrativa. A preocupação do ensino não seria cortar custos, que muitas vezes significam alunos com dificuldades de progredir nos níveis de ensino, mas sim garantir a continuidade dos estudos com qualidade enquanto garantia de todos. Para as gerações que não passaram por essas transformações, é dever do poder público garantir o acesso e permanência no ensino superior público, com assistência estudantil, orientação acadêmica, modificações curriculares, que efetivem a aprendizagem e compense as desvantagens anteriores. Vale ressaltar que as formas avaliativas não são neutras: é um discurso ideológico afirmar que um histórico escolar ou exame nas formas atuais mensure a capacidade e desempenho intelectual de um aluno e aponte impossibilidade de continuidade dos estudos. O sistema avaliativo hoje serve, sobretudo, como mecanismo de hierarquização e homogeneização dos níveis de ensino, dada suas funções ideológicas no capitalismo.


Sendo o vestibular um recurso que foi posto a prova durante longos anos de sua existência sendo uma fonte eficiente e confiável de avaliação, que gera a impessoalidade da prova e da correção, coadunada com a existência apenas de raros casos de suspeita de fraudes, normalmente acompanhados de cancelamento de prova (Unicamp, 1997; UFAC, 2005), como o novo método poderá passar confiança à população que o utilizará?

R: Vários estudos demonstram desconfiança sobre a "eficiência" do exame vestibular: as notas alcançadas nesses exames não tem relação direta com o desempenho acadêmico futuro. O vestibular é uma forma histórica e tem um caráter político, de classe; uma avaliação arbitrária que exclui os filhos do povo e legitima a dominação das classes dominantes. Não é uma questão meramente técnica como desesperadamente as universidades tentam nos provar. A farsa da impessoalidade ou da racionalidade em suas formas de correção (uso de computadores de alta tecnologia) como forma justa, é denunciada como ideológica a partir do momento que, ao tratar cinicamente todos em pé de igualdade, desconhece as desigualdades e injustiças anteriores, favorece os favorecidos, a elite econômica e cultural que teve acesso às melhores escolas, e exclui os filhos do povo. O discurso "meritocrático e democrático" que defende o vestibular é um discurso burguês e deve ser radicalmente rejeitado pelos trabalhadores e seus filhos, já que são estes os maiores prejudicados. A justiça e impessoalidade serão garantidas não com mais vigilância nos exames, mas sim com um sistema de educação público e universal de qualidade que não reproduza e legitime as desigualdades culturais e econômicas, uma educação para o povo.


Quem faria a fiscalização desse novo método visto que instituições do governo, como o Inep, que fiscalizam o ENEM tiveram denúncias de fraude nos anos de 2009 e uma bagunça generalizada em 2010?

R: Defendemos vagas para quem quer estudar, e como dito anteriormente, o método de admissão só é um problema quando não há vagas para todos. Vale ressaltar, que não é dever do movimento estudantil apresentar projetos técnicos ao Estado que demonstrem o funcionamento do que reivindicamos. Sendo uma questão política, de correlação de forças, o poder público deverá garantir a efetividade das pautas que os estudantes reivindicam, para isso possui seus técnicos, especialistas e burocratas ditos úteis. PS: não é o INEP que fiscaliza os exames nacionais, e no caso do ENEM foi uma empresa privada, através de terceirização de serviço que vez a prova "vazar".


Todo programa ou projeto, mesmo que confiável, tem seus erros e acertos. Gostaria de saber quais são as vantagens e desvantagens do sistema de avaliação que você defende em relação ao vestibular.

R: Não defendemos um programa nos "mínimos detalhes", defendemos uma pauta política, geral e histórico do ME. Achamos que esse deve ser construído pelos estudantes e trabalhadores da educação coletiva e democraticamente. Atualmente somos um movimento minoritário, sendo as organizações hemegônicas sindicais e estudantis governistas que não colocam na pauta do dia o acesso livre, mas sim a defesa cínica dos programas neoliberais do governo. A construção mais efetiva e nacional do programa só virá a partir da luta e do crescimento dos setores classistas e anti-governistas em todo o país, e avaliada continuamente pelos setores envolvidos. Historicamente, tivemos um ensaio disso na era revolucionária da UNE, como podemos ver em sua revista de 1968: "Negamos a universidade arcaica e a universidade modernizada segundo os moldes do imperialismo. Negamos uma universidade que forma arquitetos para construir residências de luxo e não as milhares de casas populares de que se necessita, médicos para o asfalto quando milhões de brasileiros morrem de gripe ou diarréia no interior e nos subúrbios operários, sociólogos para domesticar os trabalhadores e não para planejar o desenvolvimento (...). Não podemos precisar os detalhes mas uma coisa é certa: a Universidade deve servir ao desenvolvimento das forças produtivas e às necessidades da maioria trabalhadora do nosso povo. Não só deve ser aberta a todos como ainda os elementos por ela formados devem poder ser úteis à coletividade." É claro que haverá pontos negativos e positivos, mas a pergunta mais precisa é: para quem/qual classe? Para a burguesia e para o Capital será prejudicial, pois perderá seu controle ideológico, para o povo extremamente vantajoso. Os intelectuais e especialistas burgueses ou reacionários, assombrados, acusam o risco de massificação e perda da qualidade: afirmamos que o modelo massificado a estilo industrial ocorre nas reformas burguesas para o mercado, que significa falta qualidade para a maioria que serão os futuros explorados, e que, a chamada "perda de qualidade" é na verdade o início do fim da divisão social do trabalho, que se expressa mais fortemente na divisão do trabalho intelectual e manual, sobre a qual se assenta a dominação e a propriedade capitalista.


O vestibular é um método antigo e eficiente que se mantém trivial na sociedade atual, portanto está ‘’enraizado’’ na cultura do povo brasileiro, como o novo método de avaliação poderá ser aceito? E qual o tempo previsto para que ele seja posto em pratica, pois estamos lidando com uma mudança cultural? Como o governo está preparado para arcar com esse ato?

R: O vestibular não é um método antigo: sua atual forma vem sendo utilizadas há somente 40 anos em média. A exploração e opressão são enraizadas "culturalmente" na sociedade de classes, por isso não devemos lutar contras elas? Os homens fazem a história, para isso é necessário que se organizem, que lutem, que disputem, sendo um processo transformador. A principal arma contra a ideologia meritocrática, hoje "aceita" pelo povo, que encaminha nossa sociedade para uma tecnocracia capitalista, é a organização e consciência da classe trabalhadora. Isto só pode ser alcançado através do crescimento da luta de classes. O tempo depende da correlação de forças e da força do movimento estudantil, popular e sindical de impor suas demandas para as classes dominantes. Um governo de classe nunca está preparado para atender as demandas de suas classes inimigas, a não ser que se veja forçado a atendê-las por apresentar um risco de hegemonia.


Concluindo este questionário, qual é o meio que o senhor utiliza para a propagação de sua ideia e como pretende fazer com que ela seja discernida pelos integrantes da câmara?

R: Não utilizamos "meios individuais" nem parlamentares/legais, mas sim coletivos e de classe, através de organizações, entidades e coletivos do movimento estudantil principalmente, além da articulação com o movimento sindicai, popular e organizações políticas anti-reformistas. Na prática, a partir da propaganda/agitação/campanhas que disputem a consciência da classe e da construção das lutas que acumulem para a pauta do acesso livre. Os únicos meios viáveis para tal pauta que na atual conjuntura enfrenta frontalmente as classes dominantes e o Estado burguês é através da luta e organização direta dos estudantes e trabalhadores.



terça-feira, 26 de julho de 2011

Transformar a Luta pela libação no vestibular do meio do ano na Luta pelo Acesso Livre e Universal às Universidades Públicas!


Panfleto do Grupo de Trabalho Secundarista da RECC-DF distribuido no ato da pelega UBES em função da lei que proibe estudantes secundaristas adentrarem a UnB durante o vestibular do meio do ano pois proibe as escolas emitirem certificado de conclusão do ensino médio. Mais uma manobra das escolas particulares para obrigarem seus alunos a pagarem as altas mensalidades até o fim do ano! Mas as piores consequencias recaem aos estudantes das públicas, dado a grande dificuldade de acesso às universidades públicas em virtude da elitização advindo do sistema de excluão - o vestibular - e a disparidade de ensino oferecido entre as particulares e públicas, obviamente privilegiando as primeiras, verdadeiros mercados pré-vestibulares!


Abaixo a privatização da educação!
Nem ENEM, nem Vestibular: ACESSO LIVRE JÁ!

sábado, 30 de abril de 2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Resoluções da Plenária Secundarista no Distrito Federal – Abril de 2011



Presentes: Grêmios do Cean, Oposição CEI ao Grêmio Cem 01 de Sobradinho, Estudantes do Colégio Master (São Sebastião) e Colégio São Frascisco (São Sebastião), Oposição CCI ao DCE-UnB.



No dia 2 de Abril de 2011 ocorreu no Distrito Federal a Plenária Secundarista da RECC. Tal plenária foi realizada na ocasião da Semana Nacional Classista e Combativa (SNCC), evento que promoveu entre os dias 28 de março ao dia 4 de abril uma série de mobilizações combativas estudantis e proletárias em várias regiões brasileiras (Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul).

A plenária dentro da proposta da SNCC reafirmou a luta histórica dos estudantes brasileiros pelo acesso livre do povo as universidades, discutiu o passe-livre atualmente implementado no DF e a situação decadente dos transportes, realizou a análise conjuntural dos ataques neoliberais à educação, assim como, relembrou os lutadores que deram a vida por uma educação a serviço dos trabalhadores.

Além disso, a plenária foi responsável por rearticular os setores combativos do movimento secundarista do DF, apontando a construção de uma série de lutas e campanhas a serem organizadas pelo GT secundarista que já conta com estudantes das quatro escolas que participaram da plenária (Grêmio do CEAN, Oposição CEI – Cem 01 de Sobradinho, Máster - São Sebastião e Colégio São Francisco - São Sebastião).



1- Conjuntura


a) Brasil e Mundo:


O ano 2011 se inicia trágico para os trabalhadores e estudantes brasileiros e do Mundo. Em todo globo os Governos e a Burguesia Internacional anunciam cortes aos direitos trabalhistas, alta nos preços dos alimentos e repressão sobre a resistência dos trabalhadores. Ao mesmo tempo concedem isenções fiscais as empresas, repasses milionários de verbas aos bancos, tudo isso para supostamente “salvar” a economia da crise. Num jogo onde só os ricos saem ganhando. Mas os trabalhadores e estudantes vêm impondo uma dura resistência, milhares de estudantes ocupam órgãos do governo e as escolas na Europa e na América Latina. Os trabalhadores organizam lutas de rua e greves gerais na França, Grécia e Portugal. Na África a rebelião derrubou governos e uma intervenção imperialista leva ao início de uma guerra no continente.

O anuncio por parte do Governo Dilma – PT do corte de 50 bilhões ao orçamento público (o maior corte orçamentário da história do Brasil) também se inclui no quadro exposto acima. Este é um dos maiores ataques dos últimos anos aos trabalhadores brasileiros atingindo a educação, a saúde, dentre diversos outros setores dos serviços públicos do qual a maior parte do povo trabalhador depende para sobreviver. A educação é o setor que sofreu o terceiro maior corte, 3,1 bilhões, o que significará o aumento da precarização do ensino superior, fundamental e médio. Com esta medida as universidade terão 10 % de sua verbas cortadas, a UnB perderá este ano 13 milhões de reais. As escolas de ensino médio também serão atingidas.

Neste contexto a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a UBES (União Brasileira de Estudantes Secundaristas) tentam administrar de um lado o seu papel subserviente ao Estado governado pelo PT e de outro a indignação da base estudantil contra os cortes, se dizendo contra os cortes, mas sem apontar os seus responsáveis (Dilma, Burguesia nacional e internacional), não construindo uma luta conseqüente, buscando não entrar em choques com o governo o qual eles (une e ubes) ajudaram a eleger.

Estes ataques frutos da política neoliberal do Governo Lula-Dilma assolam a educação como um todo, e só podem ser combatidos por uma mobilização conjunta dos estudantes, professores e servidores visando à construção de uma greve geral na educação, nosso meio mais eficiente de barrar estas medidas. Deste modo, também devemos organizar esta luta por fora das entidades vendidas ao governo como a UNE e a UBES, pois elas só nos levarão a traição e a derrota.


b) Distrito Federal:


No DF o ano de 2010 é marcado pelo fim do Governo Arruda-DEM (2006-2010), responsável por uma política de ataques e privatização a educação (fim do noturno nas escolas, retirada de professores de artes, gestão compartilhada, fechamento de laboratórios, telecurso, ensino médio inovador etc.), pelos escândalos de corrupção que assolaram toda a cúpula do governo (DEM, PMDB, PSB) inclusive levando a queda do secretário de educação do DF José Valente e do governador Arruda.

Em 2011 Agnelo e o PT, que capitalizaram de forma oportunista o Movimento Fora Arruda, sobem ao palácio do buriti coligados com os mesmos partidos que formavam a antiga cúpula do governo (como por exemplo, o PMBD e o PSB). A política do novo governo local já se encontra em sintonia com o Governo Federal, impondo uma política de arrocho e corte de gastos nos serviços públicos (como no caso da greve do metrô e da paralisação dos professores neste ano).

As entidades estudantis secundaristas do DF, UBES e UMESB (União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Brasília), se encontram nas mãos de máfias/setores da direita como a UMESB (PMDB/PDT) ou nas mãos dos governistas da UJS (União da Juventude Socialista ligada ao PC do B) como a UBES. Como pode ser visto ambas são dirigidos por partidos degenerados reformistas ou burgueses que se encontram intimamente relacionados com a cúpula do governo Agnelo.



2- Aprofundando Reivindicações:


a) Acesso Livre:


A reivindicação do acesso livre do povo as universidade é uma reivindicação histórica do Movimento Estudantil. Na década de 1960 estudantes de Brasília, da América Latina e Europa se levantaram contra a elitização das universidades e pelo fim das barreiras que excluíam a grande massa dos trabalhadores do ensino superior. Uma medida nesta luta foi a defesa do fim do vestibular, aliada a ela estava a reivindicação de mais verbas para a educação e estatização das universidades.

A plenária entendeu que a garantia integral do direito a educação dentre eles o ensino fundamental, médio e superior aos trabalhadores é ainda uma luta central na atualidade. Por isso reafirmamos a Luta pelo Fim do Vestibular. Países como Argentina, México e França, que não possuem vestibular, nos provam que outros modelos de educação são possíveis, ainda que não concordemos com todos os elementos destes modelos.

Mas não basta apenas acabar com o vestibular é necessário implementar uma política de ampliação com qualidade, com investimentos maciços em infra-estrutura e pessoal, além disso, nossa luta deve se orientar para garantir não só o acesso como o controle da universidade pela classe trabalhadora.


b) Transportes:


A luta pelo acesso a educação diz respeito diretamente aos sistemas de transportes públicos. No DF os estudantes possuem o “passe-preso” no qual possuem gratuidade para ir para a escola mas não para eventos culturais, bibliotecas etc, que são extremamente concentrados no centro. Os desempregados também não possuem passe-livre. No modelo atual o passe é pago inteiramente pelo governo para as empresas (verificar situação atual) o que significa lucro dobrado para as empresas. É um modelo de passe livre marcado por problemáticas e burocracia, lutamos pelo verdadeiro passe livre dos estudantes, ou seja gratuito para as escolas e atividades culturais, para desempregados, custeados por quem lucra (os empresários) ou em outro caso pela estatização.

Solidarizamos-nos também as rebeliões, violentas ou não, do povo trabalhador nas periferias e do entorno do DF. Trata-se de um luta justa por melhores condições de vida (nisso se inclui o transporte) que deve ser apoiada se possível diretamente pelos militantes da RECC.



3- Organizar a Luta!:


A luta contra os cortes no orçamento público e por uma Educação Popular exige o rompimento da fragmentação que atualmente vive o movimento secundarista do DF. Tal isolamento dos grêmios nos conduz a derrota ou a cooptação pelo governo/entidades mafiosas. Por isso precisamos construir os grêmios estudantis de luta em cada escola e unificá-los em uma mesma coordenação independente para defender através da ação direta (manifestações de rua e ocupações) nossas justas reivindicações.

No intuito de romper essas barreiras a RECC convocou os secundaristas a se unir e organizar. No CEAN, colégio o qual mantemos atuação histórica a cerca de 7 anos, houve eleições para grêmio e venceu a chapa da gestão anterior por re-eleição, mantendo o contato próximo a RECC a disposição para a luta. No Cem 01 de sobradinho abriu-se um processo de perseguição a Oposição CEI/RECC após o piquete que realizamos na porta da escola pela SNCC. Membros do Grêmio da Escola Técnica de Brasília (ETB) e estudantes do CEMSO declaram apoio a RECC e se unem a luta.

Diante deste processo de reorganização faz-se positivo recordar o ano de 2008 quando os estudantes secundaristas de Brasília organizaram uma coordenação combativa de estudantes que chegou a reunir grêmios e oposições de 5 escolas do DF (CEAN, CEMSO, Elefante Branco, Cem 01 de Brazlândia e CESAS), a qual organizou a ocupação da regional de ensino dentre outros protestos, organizou seminários, produziu dois números do Jornal Combate Estudantil e um blog.

A RECC-DF teve como berço esta iniciativa em 2008 e a reivindica como uma experiência a ser retomada e superada pelos secundaristas hoje. A plenária que compreende o papel de extrema importância do movimento secundarista para as lutas deliberou:


a) Campanhas:

  • Campanha de propaganda contra a perseguição política, pela livre expressão e organização dos estudantes (em particular no CEM 01 de sobradinho);
  • Campanha contra o corte de 3,1 bilhões na educação
  • Campanha contra a UBES/UMESB e pela construção de Grêmios Combativos ligados a RECC.
  • Eleições do Grêmio do cem 01 de Sobradinho
  • Eleições do Grêmio da ETB;


b) Protesto:

  • Organizar bloco combativo no protesto contra os cortes na educação. Dia 13. No MEC.

c) Organização:

  • Retomar o boletim Combate Estudantil como ferramenta de propaganda de luta e interligação entre as escolas;
  • Dinamizar o blog como ferramenta do Movimento Secundarista.
  • Criar representação secundarista no GT Secundarista da RECC: CEAN - ; CEM 01 - ; Máster - ; São Francisco -.
  • Nas escolas: devemos fortalecer os Grêmios e sua ligação com os estudantes: 1) garantir as assembléias como órgão deliberativo regular; 2) Fazer das diretorias órgãos colegiados e criar GT´s abertos (com membros eleitos em assembléia) para agregar militância; 3) criar Coordenações de Luta Estudantis Regionais (de âmbito municipal ou metropolitano), plenária de delegados eleitos nas assembléias nas escolas e uma comissão executiva colegiada.

d) Propaganda:


  • Reformular o panfleto “ Construir Grêmios Independentes”;
  • Distribuição prioritária das cartilhas e do Avante: CEAN, CEM 01, Máster, S.Francisco, ETB, CEMSO.
  • Manter propaganda no Gama e na Ceilândia;

e) Pautas de reivindicação:

  • Foi lida a carta de reivindicações de 10 pontos;
  • Foi sugerido dividir as pautas de reivindicação em 4 eixos: 1- liberdade de expressão; 2- transporte; 3 democratização; 4- cortes orçamentários;
  • Acrescentar o mote: nem enem nem vestibular acesso livre já;
  • Acrescentar na pauta do passe livre: para desempregados e renovação da frota.
  • Pauta contra o corte orçamentário de 3,1 bilhões para educação.



Edson Luís: Não esquecemos nem perdoamos!

Abaixo UBES e UMESB traidoras!


Construir Grêmios de Luta!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Manifestações contra o corte de 3 bi na educação!


Durante os dias 12 e 13 de abril duas manifestações estudantis na capital federal denunciaram o corte de 3,1 bilhões na educação feito pelo Governo Dilma/PT. Cada uma delas possuiu um caráter diferenciado: uma mobilizando os estudantes de forma combativa e a outra demonstrando o caminho da conciliação e das falidas mesas de enrrolação com o Governo.

A manifestação do dia 12 de abril, organizada pelo Grêmio Estudantil do CEAN e apoiada pela Rede Estudantil Classista e Combativa – RECC, teve como método central a ocupação de ruas, chegando a fechar durante quase todo o ato um sentido inteiro da L2 norte. O ato que começou no CEAN, foi em marcha até o colégio Paulo Freire, onde dezenas de estudantes se incorporaram a luta. Os estudantes espontaneamente montaram barricadas improvisadas com pedaços de galhos de árvores derrubados pelas chuvas, reforçando o controle sobre a rua e impedindo que os carros passassem ou que a polícia os tirasse, gritando: “Não, não, não nos moverão!”.

Já na manifestação do dia 13 de abril, na esplanada dos ministérios, apesar de aglomerar cerca de 400 estudantes, inclusive de outros estados do país, esta perdeu seu potencial de luta. A direção do ato (PSTU, PSOL e PT) colocou a centralidade da manifestação em uma mesa de negociação com o secretário adjunto do MEC, que além de não obter resultados concretos apenas causou o esvaziamento do ato. Os estudantes organizados na RECC, camaradas do Grêmio do CEAN, estudantes do CEM 01 de Sobradinho, do colégio Setor Oeste e outros apoiadores formaram um bloco combativo neste ato. Este bloco denunciou a política neoliberal do Governo Dilma/PT, a falência da U.N.E. e da U.B.E.S. (entidades governistas) para organizar a luta, apontando o caminho da ação direta estudantil-proletária, a revolta das massas trabalhadoras, como único meio para arrancar do Governo e da Burguesia nossas demandas e reivindicações.

ABAIXO O CORTE DE 3,1 BILHÕES NA EDUCAÇÃO!
AVANTE JUVENTUDE! A LUTA É QUE MUDA O RESTO SÓ ILUDE!
CONSTRUIR A GREVE GERAL!




FOTOS DO ATO DO DIA 12 NA L2 NORTE:


Saindo do CEAN



Convocando os estudantes do colégio Paulo Freire



Interditando com barricadas os dois sentidos da L2 norte

Militante da UJS/UBES retirando as barricadas postas pelos estudantes

Militante da UJS/UBES realizando seu trabalho de desobstrução da via junto com a PM







ATO DO DIA 13 NA ESPLANADA:











Militante da RECC denuncia a mesa de negociação e convoca os estudantes para a ação direta


Aos gritos de "queima, queima" militantes da RECC tocam fogo da bandeira da UNE, capacha do governo!

E não faltou a queima da bandeira do PT, contrariando o pedido da direção do ato para não romper a "unidade".



Bloco combativo realizando balanço da luta ao fim do ato



CONTRA O CORTE NA EDUCAÇÃO
OS ESTUDANTES VÃO FAZER REBELIÃO!



terça-feira, 22 de março de 2011

Banco Mundial, reformas educacionais e resistência estudantil


Ultimamente, estudantes de vários países vão às ruas protestar contra a péssima situação em que se encontram as escolas e universidades, assim como as medidas abusivas dos governos. Aqui no Brasil, mesmo o governo petista anunciando grandes melhorias para a educação, também os/as estudantes percebem o quanto uma educação de qualidade está cada vez mais difícil: as escolas públicas caindo aos pedaços, as privadas lucrando em cima dos/as alunos/as que tem que se virar para pagar as altas mensalidades, sem falar nas condições de vida transporte, saúde, moradia) cada vez mais privatizadas e caras (e piores!). Mas, o que há de comum nisso tudo? Por que, da mesma forma que aqui, o governo da Inglaterra cobra dos estudantes bolsas para ensino superior em vez de garantir acesso público e gratuito para quem quer estudar? Por que sai governo e entra governo e as verbas para educação continuam as mesmas e a educação nunca melhora?

Para responder essas perguntas temos que observar quem está por trás dessa precarização da educação que impossibilita o povo ter uma escola de qualidade, pleno acesso ao ensino superior público. Além disso, ver como funciona o capitalismo e o Estado nesse período histórico mundialmente.


Capitalismo e Imperialismo na 'era neoliberal': as classes dominantes e seus instrumentos de exploração e dominação

O capitalismo é um sistema desigual que explora as massas trabalhadoras do mundo todo em busca de acumulação que só as classes dominantes tem acesso. Para manter essa exploração econômica, de roubo do fruto do trabalho coletivo pelos capitalistas, as classes dominantes se organizam num Estado: parlamento, forças armadas, tribunais, prisões etc. O Estado capitalista, chamado pela burguesia de Estado democrático de direito (só se for para os ricos!) nada mais é que um “balcão de negócios da burguesia” como dizia Marx. O Estado representa os interesses econômicos e políticos das classes dominantes e oprime o povo quando este se rebela de sua condição.

Porém, com a organização e luta das classes trabalhadoras, estas conseguiram durante a história arrancar diversos direitos do Estado, obrigando-o a dar serviços públicos básicos (inclusive educação pública e gratuita de mínima qualidade). Alguns países em que os Estados forneciam alguns direitos aos trabalhadores chamaram-se de Estado de “bem estar” social. Mas essas “melhorias” nunca chegaram a todos os países, muito menos rompiam com a lógica capitalista: assim que as crises ameaçaram a acumulação dos capitalistas, toda essa estrutura se desfez e uma nova ofensiva contra os/as trabalhadores/as foi realizada.

Neoliberalismo é o nome dado a esse período que vivemos em que os direitos trabalhistas são derrubados e todos os serviços básicos vão para a esfera do mercado. O neoliberalismo se aplica na prática nas reformas neoliberais, dentre elas reformas educacionais que privatizam e precarizam a educação pública a favor das classes dominantes.

Sendo o capitalismo um sistema internacional, as classes dominantes, para continuar sua hegemonia possuem órgãos com fachadas democráticas e pacificadoras ditos multinaterais que coordenam as reformas ou intervenções nos diversos países para que permaneça a ordem e o próprio capitalismo. Existem também países capitalistas desenvolvidos que controlam e dominam cultural, financeira e politicamente (quando necessário militarmente) os países mais pobres. Tudo isso para que as massas não ameacem o sistema capitalista e para que os grandes continuem lucrando.


Banco Mundial e educação: as reformas educacionais governamentais e suas origens

(Foto: Estudantes italianos protestam contra o corte de verba na educação, final de 2008)


O Banco Mundial é um desses organismos a serviço do imperialismo que dita regras de como as coisas devem ser, dentre elas na educação (quanto se gastar em educação, em que, como, por que, pra quem a educação deve servir etc.). Os governos de diversos países, sendo eles de “esquerda” ou de direita, acatam essas regras e aplicam reformas para tudo se adeque em troca de empréstimos que financiarão (ao mesmo tempo que encherão o bolso dos burgueses) as modificações necessárias para o capital.

As atuais reformas educacionais aplicadas principalmente no ensino superior do mundo todo tem sua origem no Banco Mundial que representa a burguesia imperialista e servem para desmontar o Estado de “bem estar” e aplicar o neoliberalismo. Mesmo estas reformas tendo aparências de “democráticas”, “feitas para o povo”, “para diminuir a desigualdade” são medidas autoritárias que se opõem aos interesses do povo, já que serve ao lucro dos empresários e às necessidades do capital para que este mantenha seu domínio político e econômico. Por exemplo, a Reforma Universitária - REUNI, implementada pelo governo Lula, que destina verbas para a expansão caótica das universidades, criando cursos de pequena duração, turmas infladas de 150 estudantes, entre outras formas de sucateamento dentro da universidade pública. Além disso, essas reformas geralmente também vem em formas de bolsas/empréstimos a estudantes de baixa renda nas faculdades privadas, ou seja, repassa o dinheiro do Estado para os privatizadores da educação, donos das faculdades em que o diploma é praticamente vendido. Detalhe: se a universidade se nega a aderir ao REUNI, ela simplesmente não recebe verbas federais.

O Banco Mundial, ou seja, as classes e países dominantes, entendem que a educação não deve servir ao povo, mas sim a si próprios, fazendo da educação um campo lucrativo e que prepare as massas que serão exploradas futuramente. Para impedir que haja resistência, as escolas e as reformas educacionais inculcam uma ideologias individualistas e meritocráticos nos/as alunos/as e nas comunidades para que não se organizem e pensem que a solução virá do "esforço" individual e que “cada um merece o que tem”. Essa ideologia ignora, por exemplo, que mesmo que todos/as os/as estudantes no DF passassem com nota no vestibular suficiente para cursar Medicina, não haveria vagas para todos/as. Sendo assim o vestibular não é um teste do seu "esforço pessoal", mas um funil econômico, onde só os/as ricos/as têm vez!


Resistir! Lutar contra o Estado e os empresários que precarizam a educação!

(Foto: Estudantes ingleses ocupam prédio do partido do governo contra o aumento das tarifas no ensino superior no final de 2010)

Então, para lutar por uma educação pública de qualidade para todos/as e contra todas essas medidas governamentais do mundo todo, deve-se sempre ter em vista de onde vem todos esses ataques contra os estudantes e trabalhadores e a quem privilegia. Ao mesmo tempo, entender que a luta dos estudantes de diversas regiões do mundo estão relacionadas. Mesmo parecendo algo tão distante que em nada interfere na nossa escola, na nossa cidade etc., tudo está relacionado e por isso a luta deve sempre ter como objetivo juntar mais e mais estudantes. E para juntar os/as estudantes é preciso mostrar a cada um/a o quanto a luta é importante e quanto só a união dos/as estudantes trará vitórias verdadeiras.

Porém é preciso se organizar e lutar da forma correta! Muitos no movimento estudantil dizem lutar pelos estudantes, mas defendem os governos e se juntam aos empresários, abandonando a luta direta dos estudantes nas ruas, única via para barrar as reformas neoliberais. É o caso, no Brasil, da traidora União nacional dos estudantes.

A história nos ensina que só nos organizando e lutando conseguimos resistir ao ímpeto do capital e alcançar melhoras para nosso povo. Os últimos levantes estudantis europeus, por exemplo, nos ensinam que a luta dos/as estudantes deve ser contra os empresários e os governos, já que são estes que representam os interesses do capitalismo e precarizam e privatizam a educação. Além disso buscando sempre a democracia e a autonomia interna nas escolas para que a vontade da maioria prevaleça e não mandatos governamentais que a todos prejudica!

Como podemos ver, o Banco Mundial e os interesses das classes e países dominantes interferem diretamente no cotidiano escolar dos estudantes, através da intervenção nas políticas educacionais, do financiamente etc. que dizem para quem deve servir a educação e é papel dos estudantes se organizarem e lutarem por uma educação que sirva ao povo, e não aos empresários!



Por uma educação que não seja mercadoria! Educação gratuita, pública e de qualidade é direito dos trabalhadores/as e de seus/suas filhos/as!


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Avante o Movimento Estudantil Secundarista!