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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Cordel contra a polícia


Autor: Ariel Martins, 7ª Série, 2003.


Desde o início dos tempos
Ela já estava lá
Surgiu para defender os reis
E o povo controlar

Era o que a classe dominante
Estava a necessitar
Cães de guarda servis
Prontos para espancar e matar

E assim os poderosos podem
Dominar e explorar
Se o povo se revolta
Com suas armas a polícia irá exterminar

Nunca defenderam o povo
Muito menos a comunidade
São apenas o exército
Da elite da sociedade

Atrás desse uniforme
Se esconde um torturador
Que te mata enquanto dorme
E que ri da sua dor

E não me venha dizer
Que isso não é verdade
Pois muitos garotos de rua
São mortos na cidade.
A palavra Candelária não o faz lembrar de nada?

Dizem acabar com a violência
Mas não há melhor piada
Pois esta é apenas a conseqüência
Desta ordem desgraçada

Mas que fique bem claro
E bem diferenciado
A violência dos dominadores
Da resistência dos dominados

Defendem este sistema
De desigualdade e subvivência
O poder gera o problema
É o causador da violência

Não é brincadeira viver na miséria
Sob exploração
Nos reprimem quando protestamos
E não esperam reação?

Mas esta maldita autoridade
Não é a única culpada
Culpado também é o povo
Que é explorado e não faz nada

Defendendo o poder
Mantendo-nos nessa situação
O povo submisso
Numa eterna escravidão

Não faz, talvez por medo
Ou por alienação
Não vê que sua liberdade
Só será fruto de suas próprias mãos

Mas quando o povo se organiza
E se torna consciente
As vendas caem
A revolta é crescente

Mas ai chegam eles
Com seus cassetetes e fardas
Mostrando sua verdadeira cara
Manter os oprimidos com a boca fechada

Se é negro e pobre
É bom tomar cuidado
Polícia = esquadrão nazi de extermínio
Mata muitos espancados

Afinal quem se lembra
Dos pobres e miseráveis
As leis foram feitas pelos ricos
Não punirão seus cães confiáveis

Mas a violência policial
Não é conseqüência ou reação
Não há justificativa
Apenas serem os defensores da Dominação.



Manifestante grego enfrenta a repressão policial


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Eleições do Grêmio do CEF 04 de Planaltina/DF: vote chapa "Carlos Marighella"

A RECC esteve empenhada junto à estudantes do Centro de Ensino Fundamental 04 de Planaltina/DF no trabalho que resultou, em 30 de agosto de 2012, na fundação do grêmio "Edson Luís" na escola. Hoje acompanhamos e auxiliamos diretamente no processo eleitoral do Grêmio, apoiando a chapa nomeada espontaneamente pelos próprios estudantes de "Carlos Marighella" - homenagem ao líder revolucionário brasileiro.



O empenho de organização estudantil desde as mais baixas séries, apesar de representar uma experiência bastante singular em Brasília (ou no Brasil), e por isso apresentar suas difildades, possui grande potencialidade. Esta potência surgue de um ímpeto, um instinto ainda que difuso por parte da juventude das periferias candangas de reação diante das condições de vida em geral e de sua escola em particular, notadamente precárias. É assim que a organização da parcela mais jovem das classes proletárias se faz fundamental: para reagir e lutar por nossos direitos mais elementares contra a voracidade do capitalismo, acumulando forças e aprendizado, de geração à geração, para fazer frente ao capital que, no âmbito da educação, pretende submeter a maior parcela dos estudantes de escolas públicas à "formações" unicamente para servir às fileiras do desemprego ou aos trabalhos precários no futuro. Devemos negar a prática "eleitoralista" das correntes políticas que aparecem nas escolas somente de 4 em 4 anos para discutir o "voto consciente" ou a prática oportunista que apenas utiliza o movimento estudantil secundarista como "pólvora de canhão" ou "massa de manobra" para fazer volume esporadiamente em manifestações mas que não acreditam no potencial criativo e organizativo dos estudantes proletários mais jovens.

VIVA O MOVIMENTO ESTUDANTIL SECUNDARISTA COMBATIVO!
VIVA A CHAPA CARLOS MARIGHELLA!


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Vitória dos estudantes!


Fundação do Grêmio Estudantil no CEF-04 de Planaltina-DF!

Enquanto playboys enchem a cara nas festas
Meu povo é humilhado nas favelas
Rimo contra a burguesia
O meu grêmio não fala apologia
Só falamos a realidade da periferia”
(Rap de um aluno do CEF-04)

Momento de votação da Assembleia Geral (30/08)

O dia 30 de agosto ficará na memória dos estudantes do Centro de Ensino Fundamental (CEF) - 04 de Planaltina. Há alguns meses atrás, quando um grupo de alunos da escola juntamente com apoiadores da Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) se uniram para iniciar a construção de um grêmio estudantil no CEF-04, tudo parecia muito incerto, mas o que contou no final da contas foi a atuação abnegada e sincera daqueles estudantes, verdadeiros filhos do povo.
A organização começou com as conversas nos inícios e intervalos das aulas, onde o movimento estudantil, as greves e as políticas privatistas do governo eram temas sempre presentes. Depois disso, começaram as passagens de sala em sala, reuniões de representantes para debater a proposta de Estatuto, vários cartazes foram colados nas paredes e um panfleto foi escrito e distribuído na escola para divulgar a importância do grêmio estudantil e da luta pela educação pública. A cada dia mais alunos se juntavam na proposta de construção do grêmio, todos debatiam, buscavam saber o que era o grêmio, como funcionava uma Assembléia, etc. Finalmente, após esse momento de propaganda e articulação, foi marcada, para o dia 30 de agosto, a Assembléia Geral Estudantil, com o objetivo de fundação do grêmio.
Chegamos ao dia da Assembléia. Uma comissão de militantes combativos já estava cedo na escola para ajudar nos trabalhos de organização e agitação junto aos estudantes do colégio. Duas assembléias, uma pela manhã, outra pela tarde, reuniram cerca de 200 estudantes, da 5ª à 8ª série.
O nível dos debates surpreendeu todos que estavam ali. Durante a manhã uma chapa já começou a se formar, e o seu nome foi dado em homenagem ao herói do povo: Carlos Marighella. Na parte da tarde, dois alunos da 7ª série iniciaram falando sobre a realidade das escolas públicas do DF que estão em situação precária, sem lanche digno, s
Debatendo a chapa Marighella


em reformas e coberturas nas quadras de esporte, sem professores suficientes, e questionou que nas escolas particulares, os filhos da burguesia e dos políticos estudam nas mil regalias. Falaram sobre a importância da união dos estudantes aos movimentos populares, já que estes são filhos e futuros trabalhadores, e denunciaram o vestibular como uma prova que visa elitizar a universidade.
Nos dois turnos os militantes da RECC apresentaram a história do movimento estudantil, de Edson Luis e Honestino Guimarães, do dia 28 de março – Dia Nacional de Luta dos Estudantes. Foi proposto que o grêmio fosse batizado com o nome daquele que era secundarista como todos ali e que o dia de seu assassinado deu origem ao Dia Nacional de Luta Estudantil. Após a votação unânime, o grêmio foi nomeado como Grêmio Estudantil EDSON LUIS!
O Estatuto proposto foi retirado da cartilha de grêmios da RECC com algumas adaptações. O mais ressaltado foi o fato dele não ser presidencialista, mas funcionar através de coordenações (cultura, política, organização, etc.), onde os membros têm os mesmos direitos e deveres. Foram explicados os meios de formação de chapas e como seria feita a eleição. Uma comissão eleitoral da manhã e da tarde foi definida ao final das Assembléias.
Ao final da Assembléia Geral, estudantes do CEF 04 de Planaltina e os apoiadores ainda ficaram bastante tempo conversando sobre a vitória do dia e os projetos futuros que agora poderiam florescer no colégio. Ninguém queria parar a “prosa” na porta da escola, já estava ficando escuro quando todos foram para casa. Mais uma vez que confirmou na prática o que um dia disse Marighella: “O segredo da vitória é o povo”...

Viva o Grêmio Estudantil EDSON LUÍS!
Organizar em cada escola o poder estudantil!
Por uma educação a serviço do Povo!
Avante a luta estudantil combativa!


Mais fotos:


 













sábado, 1 de setembro de 2012

[CHILE] Nova onda de mobilização dos estudantes secundaristas e universitários

Manifestação em Valparaíso-Chile (28/08)
Desde o ano passado que a mobilização não parou, porém, agora tudo indica que irá se massificar novamente nas ruas e na radicalização. No último dia 28 de agosto foi convocada um manifestação que contou com mais de 150 mil manifestantes nas ruas de Santiago del Chile, além de protestos também massivos em várias cidades. A "jornada de 28 de agosoto", como foi chamada, foi convocada uma semana depois do Ministro da Educação do Chile afirmar que “las marchas no son masivas y los estudiantes no están siguiendo a sus dirigentes”. 

A alguns meses que a luta estudantil já vinha se acirrando novamente no Chile (desde a última explosão no ano de 2011). Os estudantes secundaristas já estavam ocupando várias escolas, e a polícia estava desocupando violentamente muitas delas, o que vinha gerando revolta nos estudantes e na comunidade escolar.

Agora, após o último protesto de 28/08, os estudantes chilenos passam a discutir o aprofundamento da mobilização e indicam a necessidade de aumentar as ocupações de colégios e universidades ("las tomas" de colégios, como se diz no Chile) e a radicalização por uma educação totalmente gratuita, bem como o estabelecimento de um Sistema Nacional de Educação.

TODA SOLIDARIEDADE AOS ESTUDANTES CHILENOS!
VIVA A AÇÃO DIRETA COMBATIVA!
ORGANIZAR PARA LUTAR, LUTAR PARA ESTUDAR!
POR UMA EDUCAÇÃO GRATUITA, DE QUALIDADE E A SERVIÇO DO POVO! 


Estudante chileno revida a repressão policial



segunda-feira, 30 de julho de 2012

MARIGHELLA VIVE E VENCERÁ!


RACIONAIS MC'S, com o clipe "Mil faces de um homem leal - Marighella"





“Sabemos e estamos convictos que a memória histórica também é um importante campo onde se trava a luta de classes, e por isto, também é dever dos revolucionários saber intervir e disputar neste campo com a burguesia, pois, como já foi dito por historiadores pertencentes ao campo do socialismo: "quem controla o passado, controla o futuro". Aquilo que conhecemos a respeito do nosso passado, e a forma pela qual o conhecemos influencia diretamente naquilo que entendemos que podemos construir em nosso futuro, e para todos os socialistas revolucionários não existe melhor aprendizado para as presentes e futuras batalhas contra a burguesia que aquele que nos fornece a história das lutas passadas dos trabalhadores pela sua libertação. 

CARLOS MARIGHELLA
Dia 04 de novembro de 1969, Alameda Casa Branca, cidade de São Paulo. Neste dia e neste local era assassinado pelos comandos da repressão política da ditadura militar-burguesa o revolucionário e combatente Carlos Marighella. O "terrorista" - como era norma qualificar os revolucionários em armas, e como voltou a ser hoje em dia - havia sido capturado numa trama policial que envolveu todo o arsenal disponível para a guerra suja, tendo como seu instrumento maior a prática generalizada da tortura como método de extração de informações. Tal era o terror que os revolucionários em geral, e Marighella em particular, inspiravam nos agentes repressores da burguesia que no cerco que levou à morte de Marighella registrou-se o fato de os policiais balearam-se entre si tomados pelo nervosismo. 

Carlos Marighella, filho de uma negra baiana e de um operário imigrante italiano, nasceu no seio da classe a qual iria servir - não sem contradições, fique claro - entregando neste serviço sua vida e sua morte. A trajetória política deste revolucionário remonta à década de 30, quando já atuava no interior do Partido Comunista. Com a repressão varguista generalizada contra os militantes de esquerda, é preso durante todo o Estado Novo saindo às ruas na Anistia de 1945, elegendo-se deputado pelo mesmo Partido Comunista para a Assembléia Constituinte. Milita durante toda a década de 1950 neste partido e em 64 recusa-se a seguir a definição do Comitê Central do PCB que exige que seus militantes entreguem-se à repressão reacionária dos golpistas militar-burgueses. Esta atitude, que lhe causou alguns ferimentos à bala quando foi descoberto pela polícia em um cinema onde se escondia, já demonstra uma grave ruptura com a linha política dos colaboracionistas do PC que haviam negligenciado toda e qualquer resistência popular ao golpe e que agora propunham entregar, cabeças baixas, os militantes do povo nas mãos da repressão, nos marcos da adoção da linha da "oposição democrática" à ditadura. 

Marighella vai consolidar seu posicionamento contra a linha do PCB ditada diretamente por Moscou no âmbito da política da "coexistência pacífica" com o mundo capitalista, durante a reunião da Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS) em Cuba, onde apontava-se - ao contrário - no caminho da difusão da luta armada em todo o continente. Marighella defende contra o Comitê Central do PCB a política da OLAS e é expulso do partido, não porém, sem antes articular um enorme "racha" no "Partidão" que iria originar a Ação Libertadora Nacional, a maior organização revolucionária político-miltar que atuou no país nas décadas de 60 e 70. Ao contrário do que mente a "história oficial" da burguesia, os camaradas da ALN e das diversas organizações revolucionárias que atuaram neste período, como a Vanguarda Popular Revolucionária, o Movimento Revolucionário 8 de Outubro, a Vanguarda Armada Revolucionária - Palmares, entre outras, foram não grupos de aventureiros juvenis irresponsáveis, mas a melhor expressão dos operários, estudantes e camponeses organizados na esquerda revolucionária que souberam ousar lutar contra a reação burguesa e contra o reformismo burocrático da esquerda colaboracionista, procurando seus caminhos, tortuosos e incertos, porém, caminhos e não imobilismo. 

(...)

Estudantes brasileiros atacam carro da polícia (1968)
Para além destes equívocos apresentados em relação à trajetória militante de Marighella, achamos importante ressaltar o seu exemplo de combatividade, perseverança e intransigência revolucionária, que o conduziu não aos altos postos ministeriais fornecidos pela colaboração com a burguesia, mas ao digno lugar reservado àqueles que tombam em defesa do povo e de seus mais preciosos direitos. Marighella representa acima de tudo a negação do reformismo burocrático e a afirmação da ação revolucionária como princípio. Marighella é a expressão de tudo aquilo que a burguesia brasileira e seus serviçais colaboracionistas no governo federal querem apagar ou deformar em nossa história. Em um momento histórico em que ex-guerrilheiros arrependidos, como José Dirceu e Dilma Roussef, transformam-se em ministros da burguesia, em que convictos reacionários, como José Genoíno, posam como heróis de uma "resistência democrática" que nunca existiu. Neste momento em que Lula e o PT decidem pela manutenção em segredo dos arquivos da ditadura, e em que a grande maioria dos setores populares organizados foram tragados para dentro deste governo neoliberal francamente pró-imperialista, é fundamental manter erguida alta a memória de nossos combatentes. Em relação à nossa história, toda a burguesia e todos os colaboracionistas, na prática, engrossam as fileiras dos ditadores, enquanto nós, as dos combatentes revolucionários. Não há meio termo. 

Entendemos que lembrar e homenagear a memória do camarada Carlos Marighella é não somente um ato de justiça, mas antes de tudo uma tarefa política. O legado dos revolucionários da década de 60 e 70 em nosso país não foi apenas abandonado, ele é, pela burguesia e seus serviçais políticos e intelectuais, sistematicamente deformado, ridicularizado, pervertido, de uma maneira que não possa ser resgatado. Existe um abismo no que diz respeito à memória social da luta de classes em nosso país, e este abismo consiste exatamente no que diz respeito ao período da ação revolucionária das organizações político-militares que combateram a ditadura dos capitalista fardados e paisanos. É fundamental ter clareza que a "Nova República" e a "consolidação democrática" sob a qual vivemos e sofremos é uma realidade que não teria se estabilizado se não fosse a aceitação pela esquerda colaboracionista em contribuir para o permanente trabalho de separar o exemplo revolucionário dos combatentes dos anos 60 e 70 da memória de nosso povo e do referencial de suas organizações. Ao PT e seus cúmplices só foi permitido pela burguesia atingir os altos postos governamentais graças aos grandiosos serviços contra-revolucionários prestados, inclusive o achincalhe da memória de nossos mártires. Homenagear Marighella é tomar posição em favor da verdade em favor da história de luta de nosso povo, e sendo assim, a maior homenagem que podemos prestar a este revolucionário é prosseguir e avançar sua luta que hoje passa necessariamente por fortalecer a organização dos trabalhadores nos bairros, fábricas, escolas, favelas e campos, amadurecendo aí uma firme perspectiva revolucionária, derrotando o governismo, e combatendo as perspectivas reformistas.

Marighella?? PRESENTE!!!!! 

Ousar Lutar, Ousar vencer!

(Texto retirado do Comunicado Nº 04 da União Popular Anarquista - UNIPA)


Trabalhadores enfrentam a repressão policial em plena Ditadura Civil-Militar


Liberdade

Não ficarei tão só no campo da arte,
e, ânimo firme, sobranceiro e forte,
tudo farei por ti para exaltar-te,
serenamente, alheio à própria sorte.

Para que eu possa um dia contemplar-te
dominadora, em férvido transporte,
direi que és bela e pura em toda parte,
por maior risco em que essa audácia importe.

Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma,
que não exista força humana alguma
que esta paixão embriagadora dome.

E que eu por ti, se torturado for,
possa feliz, indiferente à dor,
morrer sorrindo a murmurar teu nome”

(MARIGHELLA, São Paulo, Presídio Especial, 1939)



Poesia sobre Marighella (sem titulo)

Em seu enterro não havia velas:
Como acendê-las, sem a luz do dia?

Em seu enterro não havia flores:
Onde colhê-las, nessa manha fria?

Em seu enterro não havia povo:
Como encontrá-lo, nessa rua vazia?

Em seu enterro não havia gestos:
Parada inerte a minha mão jazia.

Em seu enterro não havia vozes:
Sob censura estavam as salmodias.

Mas luz, e flor, e povo, e canto
responderão “presente”, chegada a primavera mesmo que tardia!

Ana Montenegro
Berlim, outono 1969.

Comandante Carlos Marighella PRESENTE!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Abaixo a UNE e UBES governistas!


[PANFLETO] Construir grêmios estudantis de luta!


O que é o grêmio estudantil?

            O grêmio estudantil é a organização que representa todos os estudantes do colégio. Tem por finalidade defender as reivindicações dentro e fora das escolas como, por exemplo, novas quadras de esportes, cobertura das quadras, melhores lanches, melhores condições da escola, salários dignos aos professores e demais trabalhadores. Essa organização não pode tomar decisões sem antes consultar os estudantes, ou seja, ela não vai está acima destes, mas vai servir para organizar e criarunião entre os estudantes e suas demandas. É um meio legal de luta, ou seja, amparado por lei (Lei Nº 7.398, de novembro de 1985), que assegura a todos estudantes o direito de se organizarem no colégio sem que sofram repressão ou punição por parte da direção.
            Primeiramente, o grêmio deve ter a capacidade de organizar os estudantes, por exemplo, para assembleias estudantis, para manifestações, discutir demandas, fazer debates, etc. Um mau grêmio estudantil é aquele que não consegue cumprir com essa função. Em segundo lugar, essa organização deve ser independente dos interesses da direção e do governo, servindo somente aos estudantes. Isso não elimina o fato de que estes devam se solidarizar com a luta dos trabalhadores, entendendo que suas reivindicações tem relação direta com a realidade dos estudantes pobres e da educação pública.
            A RECC (Rede Estudantil Classista Combativa) apoia toda e qualquer organização quando essa se propõe a ser sincera com os estudantes e com suas demandas, e não grêmios que só organizem festas ou que estejam ligados às direções ou ao governo. Entendemos que só quando os grêmios se organizarem com suas próprias capacidades (de forma independente) é que eles conseguirão o atendimento de suas reivindicações mais importantes (aquelas mais difíceis). Este meio de luta faz com que os estudantes tomem à frente dela e criem consciência de sua força coletiva para que possam solucionar seus problemas, não deixando que terceiros resolvam (deputados, diretores, mesa de negociação/enrolação), pois a vitória dos estudantes será conseguida por suas próprias mãos.
            Colocamo-nos a disposição para contribuir na construção de um verdadeiro grêmio estudantil comprometido com os estudantes e trabalhadores. Qualquer dúvida e maiores esclarecimentos, entre em contato com a RECC: mecc@yahoo.com.br ou pelo blog combateestudantil.blogspot.com


Pela construção de grêmios estudantis de luta!
Por uma Educação a serviço do Povo!
A vitória dos estudantes é obra dos próprios estudantes! 




domingo, 22 de abril de 2012

Manifestação em taguatinga marca o dia dos estudantes!


No dia 28 de março, dia nacional de luta estudantil, ocorreu no centro de Taguatinga-DF uma manifestação dos estudantes que ficará marcado na memória daqueles que puderam comparecer ao ato.

A manifestação organizada pelo "Conselho de Grêmios", organismo independente das governistas UNE e UBES, teve a presença de estudantes secundaristas e universitários de dezenas de escolas de Taguatinga, da Ceilandia, do Recanto das Emas, do Plano Piloto, de Planaltina além de estudantes da ETB, da Católica e da UnB. A pauta central da manifestação era o apoio a greve dos professores e em defesa da melhoria da Educação Pública.

Apesar da "Juventude Revolução" (PT) ter aparecido na reunião de organização do ato, ficando responsável por conseguir ônibus com o SINPRO, além de dar o calote nos ônibus, nem mesmo deu as caras no ato. Preferiram fazer um dia antes uma manifestação unificada com os burocratas da UJS. Melhor foi para o ato, que pode se desenvolver de forma combativa.

O ato inicou com a concentração estudantil na Praça do Relógio, onde diversos camaradas fizeram falas e puxaram "gritos de guerra". A manifestação, com cerca de 250 estudantes, seguiu pelas ruas de Taguatinga, fechando inteiramente a comercial norte, a comercial sul e o centro diversas vezes. A polícia atuou durante o percurso do ato tentando conter a revolta e organização dos estudantes, buscando inclusive se passar por "companheira" dos estudantes dizendo "apoiar a luta" desde que os estudantes saíssem da rua! A proposta indecente não foi aceita. A manifestação prosseguiu forte, passou na frente da sede local do SINPRO para demonstrar o apoio à greve dos professores, e os gritos "o professor é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo" perduraram durante todo o ato.

As falas de militantes da Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) lembraram que aquela luta não estava isolada, tampouco era carente de história. Além daquele dia marcar o DIA NACIONAL DE LUTA DOS ESTUDANTES, data lembrada pela morte do estudante Edson Luis, baleado pela polícia em 28 de março de 1964, além disso, os estudantes do Chile, da Colombia e da Grécia também estão nas ruas, em ocupações de escolas e universidades, por melhorias da educação. Por isso o canto "No Chile, na Grécia, agora no Brasil, Viva o Movimento Combativo Estudantil" foi acolhido com grande entusiasmo pelos estudantes.

Diferente das passeatas inofensivas da UNE e UBES, controladas pela polícia e seus mini-parlamentares, esta manifestação mostrou aos estudantes a sua força e demonstrou a possibilidade e a necessidade de se construir um novo movimento estudantil combativo, que seja independente do governo Agnelo e Dilma (Afinal de contas quem se esqueceu que UJS e JR/PT fizeram campanha para Agnelo e o defendem até hoje??), enfim, que possa de fato ser a voz dos estudantes por uma educação de qualidade e a serviço do povo.


TODO APOIO A GREVE DOS PROFESSORES!
VIVA A AÇÃO DIRETA ESTUDANTIL-PROLETÁRIA!
POR UMA EDUCAÇÃO POPULAR!
POR GRÊMIOS ESTUDANTIS DE LUTA!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Reunião de apresentação da RECC! PARTICIPE! DIVULGUE!


Dia: Sábado (14/04)

Hora: 9:30h

Local: Ao lado de fora do Biblioteca Nacional


Traidores se reunem com o Governo Dilma
Vivemos tempos difíceis para o Movimento Estudantil brasileiro. Essa crise atinge também a organização dos estudantes do DF. Saber identificar quais as raízes/motivos do problema é um passo fundamental para que reorganizemos nossa luta e retomemos um caminho combativo e independente.

A União Nacional dos Estudantes -UNE, dirigida burocraticamente (pelos meios mais sujos como fraudes, perseguição das oposições, etc.) a mais de 20 anos pela UJS e PT, nada mais tem haver com as bravas lutas da déc. de 60/70 travados pelos estudantes. Esta entidade representa atualmente os interesses do Governo Lula-Dilma e seus programas de privatização e precarização da educação (exemplos é o que não faltam: Prouni, REUNI, corte de verbas pra educação, PNE, etc.), não representa mais os estudantes. A estratégia eleitoreira destes partidos tira o protagonismo das manifestações de rua, das organizações de base (grêmios, Centros Acadêmicos), e não apenas isso, esta estratégia gerou anos de ilusão de que votando a vida o povo iria melhorar e mudar. O que vimos mais uma vez foram os acordos do Governo Lula e Dilma com a burguesia, o agronegócio, com os empresários da educação privada.

A Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) nasce nestes tempos conturbados defendendo a retomada do caminho de luta para o movimento estudantil! Estudantes da América Latina e do mundo (Chile, Colômbia, Grécia, etc.) se levantam hoje contra os Governos e seus planos privatistas e anti-povo, fazendo greves, manifestações, ocupando escolas, levantando barricadas. Projetos similares estão sendo aprovados hoje no Brasil, como é o caso do Plano Nacional de Educação (PNE 2011-2020),porém, aqui temos a UNE e UBES para “lamber as botas” do governo e defender este PNE! É necessário articularmos uma alternativa de organização que vá para o enfrentamento, para o combate, que saiba diferenciar quem são nossos inimigos e quem são nossos aliados, único meio de vencer. O caminho correto nem sempre é o mais fácil. Venha conhecer a RECC!

Estudantes da USP em ocupação contra a PM e a privatização

OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!

POR UMA EDUCAÇÃO POPULAR E DE QUALIDADE!


AVANTE A AÇÃO DIRETA ESTUDANTIL!



CONSTRUIR GRÊMIOS COMBATIVOS E INDEPENDENTES!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Toda solidariedade aos trabalhadores de Pinheirinho (SP)!


Trabalhadores se organizam para a justa auto-defesa
     No dia 22 de Janeiro, aconteceu mais uma ação violenta da polícia contra o direito á moradia: o aparelho repressor do Estado foi utilizado para reintregação de pose em favor dos interesses da classe dominante. A polícia invadiu o terreno de Pinheirinho sob um clima de guerra (bombas de gás lacrimogênio, cassetetes, balas de borracha, invasão de domicílio) reprimindo trabalhadores, donas de casa, crianças. Cerca de 7 pessoas estão desaparecidas. O que estava em jogo, porém, era o interesse privado - o terreno pertence á massa falida de uma empresa do megaespeculador Naji Nahas, além de estar em um local "nobre" para a especulação imobiliária. A mídia burguesa, por sua vez, disseminou a notícia da ilegalidade da ocupação de Pinheirinho, com mentiras de que era um local de tráfico de drogas, cumprindo, assim, seu papel de justificar a ação violenta da polícia.

Repressão no Pinheirinho a serviço dos ricos
    Pinheirinho é fruto da luta pelo direito á moradia e, portanto, não é um caso isolado, fragmentado, mas compõe as outras lutas dos trabalhadores por seus direitos. A repressão utilizada também não é um caso isolado.  A população de Pinheirinho resistiu - montando comitês de auto-defesa popular, com barricadas, armas caseiras etc. - porém a ação do Estado e sua polícia assassina fizeram valer os interesses da classe dominante, ou seja, a terra como acúmulo de lucro. Após a expulsão dos moradores, estes foram divididos e enclausurados em galpões como se fossem animais, somente com a promessa de receberem uma "ajuda" do governo com o aluguel, mas sem garantir o direito á terra.


Repúdio a ação violenta do aparelho repressor do Estado!
Viva a luta pelo direito a moradia!
Trabalhadores e estudantes uni-vos contra os interesses da burguesia!

"Nenhuma opressão é permanente, permanente é a luta!"

terça-feira, 27 de março de 2012

Semana Nacional Classista e Combativa - DF

PARTICIPE DAS ATIVIDADES!
DIVULGUE A PROGRAMAÇÃO!



28 de Março (QUARTA-FEIRA)

Local: Auditório da Escola Técnica de Brasília (Taguatinga, QS 07, lote 02/08, Avenida Aguas Claras. Vila Areal. Atrás da Universidade Católica)

10h30 - Filme: "A Revolta dos Pinguins"
15h30 - Filme: "Tempos de Resistência"
18h - Debate: "O Dia Nacional de Luta dos Estudantes e o Movimento Estudantil Hoje"


30 de Março (SEXTA-FEIRA)

Local: Escola "CENTRÃO" de Planaltina (Setor Educacional lote A/B Planaltina-DF - próximo à rodoviária)

15h - Filme: "Pequeno Grão de Areia"
Após o filme - Debate: "As políticas educacionais e os desafios dos secundaristas no passado e na atualidade"


 
EDSON LUÍS PRESENTE!
HONESTINO GUIMARÃES VIVE!
NÃO ESQUECEMOS, NEM PERDOAMOS!
AVANTE A AÇÃO DIRETA ESTUDANTIL!


sábado, 10 de março de 2012

Comunicado nº 5 - A GREVE NA EDUCAÇÃO TEM QUE SER INDEPENDENTE DO GOVERNO, COMBATIVA E CONTRA O ENSINO PRIVATIZADO

REDE ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVA 
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Brasília, Março de 2012 - Comunicado Nº05 da RECC - seção DF
www.redeclassista.blogspot.com  |  rede.mecc@gmail.com
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Para baixar a edição deste Comunicado em formato PDF,
CLIQUE AQUI


Carta aberta aos (às) trabalhadores (as) em educação e estudantes

A GREVE NA EDUCAÇÃO TEM QUE SER INDEPENDENTE DO GOVERNO, COMBATIVA E CONTRA O ENSINO PRIVATIZADO

Estamos diante de um período ímpar para a educação em nível nacional: Greves, Lei do Piso, corte orçamentário, novo PNE, plano de carreira do magistério etc. Como estudantes, sentimos a obrigação de nos posicionar e queremos ser ouvidos. Portanto, pedimos um minuto da atenção dos nossos colegas de escola e, principalmente, dos companheiros professores (as) e servidores (as), sem os quais jamais haverá educação de qualidade. E é em apoio à luta dos trabalhadores e por uma educação de qualidade, a serviço do povo, que lhes dirigimos a palavra.

Greve distrital e nacional: porque devemos superar o “grevismo” e o “economicismo”?

A Greve sempre foi e continuará sendo a principal arma dos trabalhadores e estudantes na luta por nossos direitos. No entanto, o sindicalismo no Brasil, sobretudo dirigido pelas forças políticas governistas (PT, PCdoB etc.), está imerso numa prática onde, ao invés do sujeito protagonista da luta ser a própria categoria em constante mobilização, esta fica secundarizada, pois submetida aos tramites parlamentares. A lógica imperante é a seguinte: a diretoria do sindicato faz apenas pressões econômicas frente ao governo e, politicamente, apoia os partidos que dizem representar os trabalhadores no parlamento. Na medida em que se ganha mais espaço parlamentar, mais o sindicato se atrela a essa prática política e passa a pressionar parlamentares, para que esses pressionem os governos, inclusive chamando voto em certos candidatos nos períodos eleitorais. É exatamente isto que há anos vemos ocorrer, seja no SINPRO, no SAE ou na CNTE.

Imediatamente, verificam-se dois problemas. Primeiro, em termos de concepção de luta, as greves não são entendidas como o enfrentamento direto da categoria contra o governo. Elas são formas de chantagear indiretamente parlamentares para que estes, por sua vez, façam pressão perante o governo. A categoria fica submetida a uma disputa que, em última instância, ela sequer poderá decidir outros rumos. Tudo é mediado entre diretoria sindical, parlamentares e governo nas limitadas mesas de “enrolação”. O “grevismo” – a simples “parada no trabalho” – não transforma o poder em potencial que existe na massa da categoria em um poder real para arrancar suas pautas do governo. A Greve deve ser usada como arma de ação direta, onde a categoria deve estar mobilizada nas ruas e locais de trabalhado, organizando seus pares para enfrentar política e materialmente o governo, e não simbólica e indiretamente. É por falta deste direcionamento que há anos, por exemplo, a diretoria do SINPRO volta a convocar os professores à greve para o governo cumprir os acordos... da greve passada. E tudo se repetirá.

O segundo problema, ligado umbilicalmente ao primeiro, é a concepção de que cabe a categoria reivindicar fundamentalmente pautas de tipo econômico, enquanto as lutas de tipo político são tratadas pelos “profissionais”: os parlamentares. É como o que ocorre com os professores temporários, utilizados em larga escala pelo GDF: sua condição precária de trabalho (instável, com menos direitos, menor salário e etc.) denuncia uma política de superexploração destes trabalhadores, e, no entanto, não é combatida com punho firme pela direção do SINPRO, que se conforta em brigar por incorporação de gratificação etc., e não questiona a superexploração em si, como deveria ser, reivindicando a efetivação destes profissionais. O resultado desta concepção é que a classe trabalhadora abandona, paulatinamente, a luta por uma concepção própria de sistema de educação e de sociedade e, banalmente, faz parecer que a “luta pela educação” se resume a luta por aumentos salariais ou planos de carreira etc. Não nos opomos a estas pautas, que fique claro. Mas ela reduz profundamente a visão da função social da educação e relega para “meia dúzia” de parlamentares e empresários decidirem a serviço de que a educação estará sujeita.

Por uma educação que se oponha à lógica do mercado: porque combater o novo PNE?

Neste momento, a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) convoca uma paralização nacional para os dias 14, 15 e 16 de março. No DF, professores e servidores fazem assembleias com indicativo de greve. As pautas convergem, mais ou menos, entre cumprimento da Lei do Piso, plano de carreira, 1/3 da carga horária para atividades extra-classe e 10% do PIB para educação no PNE. É preciso discutir esta última pauta, pois a mesma vem sendo tratada com certo obscurantismo, como se fosse a panaceia da educação. E para discuti-la é preciso ter o entendimento do PNE como um todo, caso contrário estaremos comprando gato por lebre.

O Plano Nacional de Educação (PNE), se aprovado, vigorará por dez anos e atingirá todas as modalidades de ensino, sem exceção. Apesar de definir metas genéricas e aparentemente consensuais, como “erradicação do analfabetismo”, “universalização do atendimento escolar” e “melhoria da qualidade do ensino” etc., atraindo assim a simpatia daqueles que sinceramente já estão cansados do estado lastimo da educação no país, tais metas não revelam a essência mercadológica, privatista e precarizante do PNE como um todo, levado a cabo pela gestão de Dilma (PT/PMDB).

E é a essência, não a aparência, que deve ser observada. Se o que está em jogo é, sim, a expansão de várias modalidades de ensino, inclusive do básico, este modelo de expansão se fará através da combinação de fatores como: (i) ENXUGAMENTO CURRICULAR, vendendo o eixo genérico e restritivo “ciência, trabalho, tecnologia e cultura” como “interdisciplinaridade”. O início deste enxugamento já foi lançado através da pressão que exercem o Ensino Médio Inovador e principalmente o Novo ENEM, uma vez que a escola tende cada vez mais a treinar seus alunos para fazer provas: seja os vestibulares, que excluem boa parte dos estudantes pobres do ensino superior público, ou as que supostamente medem os índices de aprendizado, verdadeiros ranqueadores que adequam a escola à lógica industrial produtivista – ambas pretendem ser fortalecidas no novo PNE; (ii) PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE E DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM, através da massificação do barato e superficial Ensino à Distância, com formação genérica aos futuros professores através de cursos de licenciatura compatíveis com o novo currículo enxugado do ensino médio; e, principalmente, (iii) POR INCENTIVOS DIRETOS E INDIRETOS À EDUCAÇÃO PRIVATIZADA.

Vale reforçar o combate a este último ponto, divisor de águas em termos de concepção de educação, pois ele é o cerne do novo PNE do governo Dilma. O incentivo à privatização ocorrerá, indiretamente, mediante (a) o aprofundamento da lógica do endividamento estudantil sob juros para cursarem em estabelecimentos privados, tal como o FIES, e, diretamente, (b) com investimento público no sistema privado, em particular o Sistema S (Sesc, Senai etc.), que gozará tanto no ensino profissional técnico, como demostra o já aprovado PRONATEC, quanto pela carta branca que terão para atuar nas escolas públicas quando do enxugamento curricular, onde se prevê trazê-los para cobrir o eixo “trabalho”, e através da educação em tempo integral, quando as atividades nos períodos adicionais serão ministradas por tais entes privados.

Não podemos nos enganar: a educação é determinada pelas condições políticas e econômicas sociais. Portanto, ao PNE pretender “preparar os estudantes para o mundo do trabalho”, está dizendo, em verdade, “prepara-nos para o mundo do capital”, sendo posteriormente absorvidos precariamente no mercado, como professores temporários, no setor informal que ocupa mais de 50% nos postos de trabalho hoje no Brasil, senão desempregados. Temos que lembrar que a educação é uma esfera de reprodução do sistema capitalista, formando e disciplinando mão de obra.

Ou seja, estamos diante de uma macro política estatal para a educação de caráter tipicamente neoliberal. Ela se insere no período histórico global que passamos, com regimes sociais da mesma ordem, onde o que deveria ser público torna-se privado; e na condição precária em que se encontra o público, o privado aparece como a panaceia, sendo as políticas de assistência do Estado vinculadas ao setor privado e setoriais, e não públicas e universais. É por isso que a defesa dos “10% do PIB para a educação”, nos marcos deste PNE, sem combater sua essência, comtemplará exatamente o sistema privado de ensino cujo financiamento já está garantido em várias estratégias deste PNE. É a própria privatização da educação que está em jogo, camaradas. E isto a gestão petista de Lula já deu provas como se faz, ultrapassando FHC ao criar condições via FIES e ProUni para que o total de matrículas no ensino superior seja hoje exorbitantemente maior no privado que no público, chegando aos 75%! O novo PNE segue o mesmo rumo. E deve ser combatido.

Construir a aliança entre estudantes e trabalhadores: abaixo a conciliação com o governo

Curioso é perceber, inicialmente, que nada está sendo dito sobre o atual corte de 1,93 bilhão na educação do governo Dilma (PT/PMDB), e nenhum alarde foi feito ano passado no corte de 3,1 bilhão, também na educação: somados chegam à 5,03 bilhões retirados da educação! Duplamente contraditório: reivindica-se os famosos “10% do PIB para a educação”, como se este fosse o grande problema do novo PNE, e não se questiona as políticas de austeridade do governo federal. Isto ocorre porque a direção do SINPRO, CNTE, SAE e CUT estão umbilicalmente ligadas ao governo petista. Chega de sindicato mendigando aos parlamentares e submetido ao governo e a partidos: sindicato é do trabalhador e é para lutar!

Estudantes e trabalhadores da educação: devemos estar unidos. Romper com o governismo que paralisa nossas entidades e o corporativismo que segrega nossa classe é o inicio da visão e da luta por uma educação não mercadológica, que tenha qualidade para a formação de sujeitos sociais emancipados, e esteja a serviço da classe trabalhadora: uma educação popular.

Por estes motivos, nós, estudantes do ensino médio, técnico e superior organizados através da Rede Estudantil Classista e Combativa – RECC, convocamos os trabalhadores em educação para uma leitura crítica e um combate tenaz ao PNE de caráter tipicamente neoliberal. Este, atingindo todos os sujeitos e todas as modalidades da educação, somente poderá ser enfrentado igualmente através da união entre estudantes, professores, servidores, terceirizados e pais, lutando através da ação direta.

BARRAR O PNE NEOLIBERAL DE DILMA/PT NAS RUAS!
VIVA A ALIANÇA ENTRE ESTUDANTES E TRABALHADORES!
CONSTRUIR A GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO!

sexta-feira, 2 de março de 2012

DEFENDER A EDUCAÇÃO PÚBLICA CONTRA A PRECARIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO





 * Panfleto distribuido no dia 01.03.12 aos trabalhadores em educação presentes no ato convocado pelo SAE-DF (Sindicato dos Auxiliares em Educação) em Brasília.




Estamos em um período ímpar para a educação a nível nacional. Por um lado, uma série de mobilizações, greves e atos dos trabalhadores em educação; por outro, principalmente, a audaciosa proposta do governo de aprovar o novo Plano Nacional de Educação (PNE) que vigorará por dez anos e atingirá todas as modalidades de ensino. Mas com o foco privilegiado na educação em geral, torna-se necessário aproximarmos nossa lente no caráter destas políticas em específico, a fim de não comprarmos gato por lebre.

É preciso insistir na discussão sobre o novo PNE, e não se deixar enganar pelas falsas polarizações daqueles que discordam somente sobre temas secundários à característica central deste Plano. As metas genéricas e aparentemente consensuais do PNE, como “erradicação do analfabetismo”, “universalização do atendimento escolar” e “melhoria da qualidade do ensino” etc., apesar de atrair imediatamente com bons olhos aqueles que sinceramente já estão cansados do estado lastimo da educação no país, não revelam a essência mercadológica, privatista e precarizante do PNE como um todo, levado a cabo pela gestão de Dilma/PT.

Essência, e não aparência, deve ser observada. Por exemplo, se o que está em jogo é, sim, a expansão de várias modalidades de ensino, inclusive do básico, esta se fará através da combinação de fatores como (i) enxugamento curricular, vendendo o eixo genérico e restritivo “ciência, trabalho, tecnologia e cultura” como “interdisciplinaridade”; (ii) precarização do trabalho docente, através da supervalorização do barato e superficial Ensino à Distância, com formação similar aos futuros professores através de licenciaturas genéricas, tal como demandará o currículo no ensino médio;  e, principalmente, (iii) por  incentivos diretos e indiretos à  educação privatizada.

Vale reforçar o combate a este último ponto, divisor de águas em termos de concepção de educação, justamente pois é o cerne do PNE. O incentivo à privatização ocorrerá mediante (a) o aprofundamento da lógica do endividamento estudantil sob juros para cursar em estabelecimentos privados, tal como o FIES, e (b) com investimento público no sistema privado, em particular o Sistema S (Sesc, Senai etc.), que gozará tanto no ensino técnico, como demostra o já aprovado PRONATEC e o antigo ProUNI, quanto pela carta branca que terão para atuar nas escolas quando do enxugamento curricular e através da educação em tempo integral, quando as atividades adicionais serão ministradas por tais entes privados.

Por estes motivos, nós, estudantes do ensino médio, técnico e superior organizados através da Rede Estudantil Classista e Combativa – RECC, convocamos os trabalhadores em educação para uma leitura crítica e um combate tenaz ao PNE de caráter tipicamente neoliberal. Este, atingindo todos os sujeitos e todas as modalidades da educação, somente poderá ser enfrentado igualmente através da união entre estudantes, professores, servidores, terceirizados e pais, lutando através da ação direta.

BARRAR O PNE NEOLIBERAL DE DILMA/PT NAS RUAS!
VIVA A ALIANÇA ENTRE ESTUDANTES E TRABALHADORES!
CONSTRUIR A GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO!