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domingo, 28 de novembro de 2010

Pela solidariedade de classe em defesa do professor Marcléo


O professor Marcléo Rosséli é conhecido por sua longa e enérgica trajetória de lutas em prol das causas populares e do seu ativismo em defesa de EDUCAÇÃO E SERVIÇOS PÚBLICAS, DEMOCRATICOS E DE QUALIDADE. O companheiro é membro fundador da Conlutas- DFE. Por empregar uma pedagogia progressista nas escolas públicas que trabalhou, ter denunciado irregularidades e abusos de autoridade das gestões da administração pública onde passou, por ter atuado enquanto oposição às burocracias sindicais Cutistas, o companheiro vem sofrendo sistematicamente perseguições políticas, assédio moral e estigmatização social, sem contar as calúnias, salários cortados, tranferencias arbitrarias de locais de trabalho, rebaixamento em suas notas de estágio probatório, processos administrativos de demissão sem direito a defesa, adoecimento de sua saúde e precariedades financeiras, entre outros flagrantes abusos.

Aprovado em concurso público para a Fundação Educacional do DF na década de 90 foi injustamente demitido no período de seu estágio probatório através de um processo administrativo recheado de vícios e ilegalidades durante a gestão de Roriz e Eurides Brito (a mesma que foi filmada no escândalo do mensalão do DEM-DF, conhecida pelo seu autoritarismo e abuso enquanto Secretaria de Educação). Durante a gestão de Cristovam Buarque foi formada uma comissão revisora do seu processo contando com membros do Simpro-DF. Porém, por fazer parte do bloco de oposição ao sindicalismo pelego, foram retiradas as questões mais graves e absurdas na tentativa de dar legalidade e legitimidade ao processo, mantendo a maior penalidade: demissão do serviço público ao professor. Sendo de origem humilde e sem maiores recursos ou apoios, o companheiro ainda não conseguiu sua reintegração e reabilitação.

Em março de 2004, o companheiro Marcléo prestou novo concurso para docente em Valparaíso de Goiás. Por manter sua postura de militante, ter liderando a mais longas greves da categoria, ter lutado juntamente com à comunidade pela retirada de um lixão da cidade, estar a frente da campanha vitoriosa pelo não fechamento do EJA(Educação de Jovens e Adultos), entre outras diversas ações, foi novamente perseguido pelo governo e pelos burocratas do sindicato local, ligados a CUT e ao PT.

A partir da urgente necessidade de defesa do companheiro foi formada, em 2010, a Comissão de Combate ao Assédio moral e à Criminalização dos Movimentos Sociais e seus Militantes DF/Entorno, composta por sindicatos, organizações do movimento estudantil e popular e independentes (tais como SINDÁGUA-DF, SINDICAL, UNIPA, RECC E SINDMETRÔ- GESTÃO 2008/2010). Devido a tudo isso faz-se necessário que a classe trabalhadora reaja aos ataques da burguesia e da burocracia sindical eleitoreira, na solidariedade àqueles perseguidos políticos. Devemos partir do justo e valoroso principio de que: mexer com um trabalhador é mexer com toda nossa classe!



Reagir aos ataques da burguesia, do Estado e das burocracias sindicais!
Contra atacar em defesa dos trabalhadores!


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Cartilha de Grêmios da RECC: Mais um passo para a organização e luta dos secundaristas.



RECC-Brasil lança uma cartilha nacional para contribuir política e organizativamente com a luta dos estudantes secundaristas.



Durante esse 1º e início de 2º semestre de 2010 foi produzida, por uma comissão de militantes secundaristas e universitários, a Cartilha Nacional da RECC: “Construir um Grêmio Estudantil de Luta”. Tal documento tem como fundamento principal estar servindo de base de apoio teórico-organizativo para a formação de grêmios estudantis nas escolas, e mais do que isso, estar delimitando uma direção política combativa, classista e democrática para a luta dos secundaristas.

Num momento de baixo grau organizativo e da quase paralização em certas lutas das massas estudantis e proletárias no Brasil, são muito importantes documentos orientadores como esse para não deixar bons companheiros “perdidos”. Muitos estudantes secundaristas que se interessam e compreendem a necessidade de combatemros as ofensivas dos governos, do Estado e dos capitalistas ao ensino, muitas vezes não encontram nem um ambiente nem situações favoráveis para se organizar. Alguns sintomas, comuns em várias localidades do Brasil, expressam uma hegemonia ideológica e material que a sociedade de consumo, a indústria cultural, a repressão policial, enfim, que o sistema capitalista impoe sobre os estudantes. Esse sintomas são: a extrema despolitização e desinteresse; o receio de represálias da diretoria e da polícia quando partimos para a luta direta (quando fazemos greve, ocupamops ruas e órgãos públicos); a noção de que Grêmio Estudantil é um braço das diretorias, um mero organizador de festas, algo como a Malhação/Rede Globo gostam de deturpar; a crença de que é o Estado e os partidos eleitoreiros, através do nosso voto, que defenderão nossa educação, quando na verdade somente os próprios estudantes organizados, aliados aos trabalhadores (professores, servidores de nossas escolas, rodoviários etc), poderão levar para frente a defesa e a conquista de nossas reais necessidades.

Dessa forma, incentivamos os estudantes sérios e honestos a romperem com estes paradigmas, e se esforçarem para se organizar coletivamente em suas escolas, seja através do Grêmio, Oposições ou Coletivos de Luta. Apontamos como princípios fundamentais dessa luta a ação direta (as ações realizadas única e exclusivamente através da força estudantil, recusando que terceiros intermediem nossos interesses), da democracia de base (criar e valorizar os espaços de discussão e deliberação onde todos os estudantes da escola tenha direito a voz e a voto, sendo estes os espaços soberanos, como assembléias, e intermediários, como conselho de representantes de turma, por exemplo), do anti-governismo (manter a completa independência do movimento estudantil frente ao Estado comandado por Lula e Dilma, e de partidos governistas como o PT e o PCdoB), o anti-reformismo (não utilizar a democracia burguesa - as eleições, câmaras, partidos eleitoreiros etc - como suposta arma de nossa luta, pois isto apenas nos desvia de nossos objetivos políticos e organizativos a curto e longo prazo) e o classismo (pois entendemos os estudantes como uma fração da classe trabalhadora, e devemos portanto estar aliados ás organizações de nossa classe - como sindicatos, movimentos camponeses, de desempregados etc).

Para combater a ofensiva neoliberal que, mais do que nunca, avança precarizando as escolas públicas, é fundamental ter organismos estudantis fortes e com uma justa direção para as lutas. Para piorar a situação, vemos estudantes entre nós que também são prejudiciais a esta luta. Os governistas da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), principalmente, só utilizam os estudantes como massas de manobra para aprovarem leis, emendas e projetos de deputados e parlamentares de seus partidos, utilizando as escolas como currais eleitorais (do PT, PCdoB etc) ou empresariais (com a máfia das carteirinhas). Estas entidades com rabo preso com os governos só fazem atrapalhar nossas lutas mais imediatas e também a longo prazo. não organizam nem politizam os estudantes! Elas devem, portanto, ser rechaçadas.


Combater a UBES pelega e desenvolver a organização e a luta dos grêmios estudantis é condição essencial para conquista de uma educação popular.



Criar o poder estudantil através de cada sala de aula, cada escola e cidade! Construir um Movimento Estudantil Secundarista Nacional Classista e Combativo Pela Base!

Organizar para Lutar!
Lutar para organizar!



sexta-feira, 11 de junho de 2010

A Luta em defesa do Passe Livre no DF


PASSE LIVRE:

Para mafiosos do transporte ou para estudantes?


A breve experiência do Passe Livre no DF serviu para nos alertar duplamente. Por um lado, fez renascer a percepção de como este direito é fundamental a nós estudantes para nossas necessárias locomoções diárias. Por outro, mostrou como este direito pode ser utilizado por parlamentares e donos de empresas para seu próprio benefício.

A reivindicação pelo Passe Livre já é bandeira histórica do Movimento Estudantil. A maioria dos estudantes são filhos de trabalhadores, e o custo ao fim do mês em transporte para uma família comum se torna insustentável. A situação piora em Brasília, já que aqui as tarifas são umas das mais caras do país e o serviço é de péssima qualidade. O direito ao Passe Livre deve significar que os estudantes tenham não só possibilidade de ir e voltar das escolas, mas também garantir acesso a atividades culturais, esportivas, artísticas ou o que quer que seja, independente de dia, horário ou linha de ônibus e metrô.

No DF a coisa foi diferente. O corrupto e neoliberal governo Arruda aprovou uma lei que além de ser extremamente limitada (na verdade tão limitada que no fim das contas muitos estudantes estavam pagando mais do que anteriormente!), tal lei foi alegremente recebida pelos mafiosos do transporte. Não foi atoa que estes pagaram propina no valor de 1 milhão e 600 mil reais à deputados para que aprovassem a lei e que certos donos de empresas eram ligados a própria empresa FÁCIL, que intermediava os recursos públicos. O repasse de verbas públicas às empresas fez triplicar a renda destes mafiosos nas viagens dos estudantes!

No entanto, os vários problemas burocráticos, financeiros e políticos fizeram com que o novo governo piorasse o que já era ruim. A nova limitação por faixa de renda continua sem atender a maioria dos estudantes e não resolve o problema do transporte. O que a REDE ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVA - RECC defende é que o PASSE LIVRE seja estendido a todos os estudantes, sem nenhuma exceção, mas que o custo deste direito não venha dos cofres públicos, mas sim dos lucros absurdos que os mafiosos dos transportes já nos sugaram através de suas tarifas absurdas por todos estes anos de exploração!

Defendermos que os custos deste direito venham do bolso dos mafiosos do transporte e não do Estado significa travarmos uma luta direta contra a taxa de lucro destes parasitas. Siginfica acirrarmos a luta entre os diferentes interesses de classe (estudantes e trabalhadores Vs. capitalistas), que de forma alguma devem ser conciliados. Pois seria insusentável, por um lado, o Estado arcar com o tipo de Passe Livre que exigimos (Irrestrito: todos dias, todos horários, todas linhas e todas as modalidades, como metrô e ônibus), ainda que este custo venha de impostos proressivos (parcelas mais ricas da sociedade pagariam mais impostos) e, por outro lado, estaríamos alimentando a insaciável cede de lucro dos mafiosos do transporte, de modo que até eles defenderiam que realmente os custos deveriam vir do Estado, como ocorre hoje. Não aceitaremos esta conciliação!

Por isso convocamos todos os estudantes de escolas e universidades públicas e privadas, a organizarem em seus locais de estudos a luta pelo Passe Livre Irrestrito! Alertamos à juventude para se desviarem do oportunismo de entidades eleitoreiras, como UNE, UBES e UMESB, e de partidos reformistas como o PT, e protagonizarem uma luta independente de parlamentares, que conte apenas com a própria força solidária dos estudantes, pois essa é a única garantia de que nossa bandeira não será traída e será o motor de nossas vitórias!


FORA GDF E MÁFIA DO BUSÃO,
QUEREMOS PASSE LIVRE OU VAI TER REBELIÃO!
NENHUMA ILUSÃO NO PARLAMENTARISMO-BURGUÊS!
NÃO À CONCILIAÇÃO COM OS MAFIOSOS DO TRANSPORTE!
AVANTE O MOVIMENTO ESTUDANTIL COMBATIVO!


Participe da Rede Estudantil Classista e Combativa - RECC
rede.mecc@gmail.com | redeclassista.blogspot.com

domingo, 9 de maio de 2010

Fotos do ato em defesa de um Passe Livre Estudantil Verdadeiro!


Estudantes combativos queimam pneus na L2 norte por um verdadeiro passe-livre!


Atualmente no Distrito Federal os estudantes e toda a classe trabalhadora passam por diversos problemas provenientes do sistema de transportes e mais especificamente da farsa do “passe-livre” e da burocrática empresa “Fácil”. Tal “passe-livre”, cheio de restrições e que enche ainda mais o bolso da rica e mafiosa burguesia dos transportes (através do subsídio completo por parte do GDF), ao contrário de ajudar, nos trousse uma série de problemas, pois muitos não conseguiram recarregar seus cartões de passe, tiveram que pagar o preço integral, ficaram em filas imensas por horas etc.

No dia 30 de abril, os estudantes combativos, organizados no Grêmio Estudantil do CEAN e na Rede Estudantil Classista e Combativa-RECC, fizeram uma manifestação reunindo em seu auge cerca de 200 estudantes, exigindo um verdadeiro passe-livre, contra a burocracia da Fácil, combatendo o GDF e a Máfia dos transportes. A manifestação teve início às 11h quando os estudantes do CEAN abriram a força o portão da escola e juntamente com estudantes da UnB fecharam a L2 Norte inteira, queimando pneus para bloquear a avenida e distribuindo panfletos nos carros, ônibus e para os pedestre. Os estudantes seguiram em marcha para o colégio Paulo Freire, onde foram feitas falas aos estudantes de tal escola que se juntaram na manifestação. O ato terminou cerca de 13:30h com uma assembléia no meio da rua, onde foram trocados contatos entre os estudantes para o avanço da organização e da luta.

Convocamos todos os estudantes do Distrito Federal a se colocarem em pé de luta, organizando Grêmios ou Comitês Estudantis em suas escolas, rompendo com as organizações pelegas do Movimento Estudantil (UNE, UBES, MPL e UMESB) paralisadas pelo seu posicionamento eleitoreiro e governista. É tarefa fundamental re-organizar a luta estudantil secundarista sob uma perspectiva classista (enquanto filhos da classe trabalhadora que somos!) e através dos métodos da ação direta combativa! Entre em contato e construa a Rede Estudantil Classista e Combativa!


“Fora GDF e Máfia do buzão, queremos passe-livre ou vai ter Rebelião!"

AVANTE O MOVIMENTO ESTUDANTIL COMBATIVO!



Fotos por Yasmin Nogueira
































quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ato pelo Passe-Livre Irrestrito e contra a "Fácil" burocrática


A
Assembléia Geral dos estudantes do CEAN, juntamente com a Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC), convoca:


Manifestação em defesa do Passe Livre Estudantil Irrestrito e contra a Fácil Burocrática!

Dia: AMANHÃ!
(Sexta feira 30/04)
Local: CEAN - 606 norte
Horas: Concentração a partir das 10:30h



..................................


Chega de “PASSE-PRESO”!

Chega de alimentar o lucro dos empresários!
Por um Passe-livre estudantil de verdade!


No dia 14/01/10, num ato eleitoralista, o governador neoliberal Arruda, parecendo ter ouvido a uma pauta histórica dos estudantes, sancionou o um dito “Passe-livre estudantil”. Esse passe-livre substitui o antigo sistema de vale, onde o estudante pagava 1/3 do valor da passagem, e implementa uma nova forma de pagamento: o GDF arca com o preço integral da passagem, indo tudo para as empresas mafiosas dos transportes coletivos.

De início, muitos festejaram. Porém, esse “Passe-livre”, que de livre não tem nada, inclui diversas restrições: de quantidade (apenas 54 passes por mês), de horário (uso do passe só é permitido nos horários dos turnos), de localidade e distância (casa-escola/ escola-casa com mais de 1km). Além de os alunos de cursinhos de idiomas e pré-vestibulares não terem esse direito (!).

Na prática, durante esses últimos meses, quando o passa-preso foi implementado, mais problemas apareceram. A burocrática Fácil e a falta de verba do GDF para o passe impediram diversas vezes os estudantes de carregarem seus cartões, tendo estes que pagar do próprio bolso o preço integral da passagem absurdamente cara de um transporte sem nenhuma qualidade.

Importante lembrar que esse “Passe-preso”, apesar de aparentemente ter ajudado muitos estudantes, continua a alimentar a máfia do transporte, retirando dinheiro público para aumentar os lucros já exorbitantes da burguesia parasitária.

Logo, o “Passe-preso” não representa as necessidades reais dos estudantes! Por isso devemos nos organizar em nossos locais de estudo e ir para a luta, através da ação-direta, exigindo um passe-livre estudantil irrestrito e que os patrões arquem por ele, sem nenhum aumento na passagem.


Fora GDF e Máfia do buzão, queremos passe-livre ou vai ter Rebelião!


Rede Estudantil Classista e Combativa - RECC
Grêmio do CEAN

sábado, 27 de março de 2010

Semana Estudantil Classista e Combativa

Seminário da RECC-DF:


Em um momento de refluxo das lutas, resgatarmos a memória do Movimento Estudantil (ME) se faz importantíssimo para aprendermos com os erros e acertos daqueles que lutaram e derramaram o sangue na luta. Em 28 de março de 1968, no Rio de Janeiro, morreu em confronto coma polícia o estudante secundarista Édson Luís, no auge da radicalidade e organização do ME. No dia seguinte a morte de Édson Luís, em Brasília, centenas de secundaristas fecharam a W3 Norte entrando em confronto e queimando carros da polícia.
Atualmente, sob as mesmas siglas de organizações que foram algo no passado - UNE, UBES e UMESB -, o que vemos são entidades totalmente falidas para as lutas, burocratizadas e atuando como correia de transmissão do Governo Lula e da classe dominante para dentro do ME. Para seguir um caminho de luta é necessário romper com a UNE e com o Governismo, sendo esta atitude central para a reorganização do ME.
Neste início de abril, exaltando o camarada Édson Luís e tantos outros que tombaram na luta contra o capitalismo, a Rede Estudantil Classista e Combativa – RECC convoca todos os estudantes a participarem de um seminário onde discutiremos os atuais projetos neoliberais na educação, e que nos afetam diretamente, tais como o Sisu/Novo ENEM, o Ensino Médio Inovador, o REUNI, PROUNI etc. Discutiremos também a necessária reorganização do ME e da classe trabalhadora em geral. Una-se a essa luta! Ousar lutar, ousar vencer!


EDSON LUÍS: PRESENTE!!! NÃO ESQUECEMOS NEM PERDOAMOS!!!
OUSAR LUTAR!!! OUSAR VENCER!!!


domingo, 21 de março de 2010

Ensino Médio Inovador e Enembular - Boletim AVANTE! nº2 - Março de 2010


ENSINO MÉDIO INOVADOR E NOVO ENEM:
Ataques neoliberais à educação no Brasil

O Programa “Ensino Médio Inovador” (EMI), que começa a ser aplicado no ano de 2010 em todo o país, após um processo atropelado de incorporação nas escolas, é um programa do governo federal que vem diretamente atrelado ao novo modelo de acesso a universidade, o Novo Enem. O Enembular -como denominamos- segundo análise feita em nosso último boletim, não representa o fim do vestibular, como mente o governo, muito pelo contrário, consegue ser ainda mais excludente que o seu antecessor.

No Enembular, realizado por uma prova nacional unificada, o candidato escolherá 5 universidades distintas onde deseja estudar, caso passe. Evidentemente, morar em outra cidade acarreta em alto custo para se manter, tornando tal mobilidade praticamente impossível para um estudante de baixa renda, principalmente com a falta de assistência estudantil vista hoje. Dessa maneira, o novo sistema de seleção transformará o acesso a universidade em um processo ainda mais elitizado, viável apenas para quem tem dinheiro. Esse fato já pode ser comprovado, pois 45% das vagas das 51 instituições que aderiram ao novo Enem como fase única em sua ultima seleção estão ociosas.

O EMI, por sua vez, tem caráter inicialmente experimental, sendo aplicado em poucas escolas do Brasil. Porém, traz consigo uma concepção de ensino médio que, em médio prazo, poderá ser adotada por todas as escolas (com as verbas do programa, ou não).


EMI, NOVO ENEM E AS REFORMAS UNIVERSITÁRIAS: 3 FACES DO MESMO ATAQUE

Todo o ensino médio hoje é um grande preparatório voltado para o vestibular, e com a adoção do Novo ENEM não poderia ser diferente. As modificações previstas no ensino médio, decorrentes da implantação do Enembular, atingirão por sua vez as licenciaturas, obrigando aí modificações, sem que haja o devido debate acadêmico, para se adequarem ao novo modelo curricular de ensino médio. Os docentes do ensino médio, já formados, também passarão por uma espécie de reciclagem, que se dará através de um curso a distância (EAD). Os cursos a distância são formas de baratear o ensino e tem aumentado cada vez mais no país, reduzindo custos na educação e precarizando a aprendizagem.

O Ministro da Educação de Lula, Fernando Haddad, já apresentou o projeto de reforma no ensino médio, o qual foi aprovado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). O EMI, entre outras medidas, substituirá as 12 disciplinas tradicionais por quatro grandes eixos temáticos, são eles: trabalho, ciência, tecnologia e cultura; similares aos cobrados no Enembular. Tal agrupamento em grandes blocos de disciplinas é tratado pelo MEC como “interdisciplinaridade”, no entanto representará uma diluição das especificidades de cada disciplina, tornando o aprendizado genérico e abstrato.

O eixo trabalho, por exemplo, bastante enfatizado no Documento Orientador do MEC, evidencia a postura neoliberal do governo ao firmar um compromisso com o mercado de trabalho, valorizando o tecnicismo em detrimento da formação humana. Isso representa uma contradição entre os interesses dos capitalistas e dos secundaristas e docentes do ensino médio. Na Portaria Nº 971 do MEC, que institui o EMI, vemos esta evidencia quando é previsto a existência de articulação e parceria das redes de ensino público com o chamado “Sistema S” (como SESC, SENAC, SESI, SENAI etc.) – organizações empresariais cujo objetivo é treinar e qualificar mão-de-obra de acordo com a demanda do comércio e da indústria.

O Ensino Médio Inovador (EMI) aquém de ser um projeto que ponha fim a dualidade entre trabalho intelectual e manual, consiste, na verdade, quando diz no projeto da “necessidade de inserção no mundo competitivo do trabalho”, em aperfeiçoar a condição dos estudantes a dominação burguesa do trabalho.

Para os estudantes, o Novo Enem e o Ensino Médio Inovador não devem ser entendidos de maneira isolada. Ambos fazem parte do PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), uma espécie de PAC da educação. Eles são as faces de um único projeto de matriz neoliberal para a educação brasileira, aplicada pelo governo Lula/PT desde seu primeiro mandato, cumprindo agora as modificações que tangem o ensino médio e o ingresso nas universidades. Nesse plano, as características de reforma universitária são dadas, por exemplo, pelos decretos REUNI, PROUNI, ENADE, Fundações Públicas de Direito Privado, que, de forma geral, privilegiam o setor privado em detrimento do público.
Ou seja, o atual governo entende que a educação deve se vender ao capital, servir aos patrões, e para isso não poupa energias.

O Ensino Médio Inovador deixa, na verdade, várias brechas. Por exemplo, a pretensão de aumento da carga escolar de 2400 para 3000 horas-aula não vem seguida da garantia de contratação de novos professores ao quadro efetivo. Ou seja, toda articulação prevista com empresas privadas nos sugerem justamente que 20% da grade-horária, relacionada às “atividades optativas” dos estudantes, poderá se viabilizar mediante contratação de serviços terceirizados.

Outra medida questionável é que o EMI prevê repasse de cerca de 100 milhões de reais às escolas que aderirem ao programa. É notável que a maioria das escolas no Brasil necessite de mais verbas, havendo locais que nem resmas de papel existem para realização de provas e trabalhos, sem contar a falta de infra-estrutura física e de professores. Ou seja, o MEC privilegia um seleto número de escolas - mesmo sob as condições negativas, em nossa avaliação, do EMI - enquanto a maioria segue sem o mínimo de recursos financeiros. Exigimos o aumento de verba para as escolas públicas já!

Todo um discurso que vem sendo apresentado pelo governo e pela mídia a respeito do “fim do vestibular” e da universalização do ensino através do Enembular e do Ensino Médio Inovador, devem ser desmistificados. Primeiro, pois o fim do vestibular real seria a garantia do acesso livre a todos os estudantes que concluíssem o ensino médio diretamente ao ensino superior, similar aos modelos da Argentina, México ou Canadá. Ou seja, o fim de prova classificatória e seletiva. Obviamente que isso deva vir acompanhado com a melhoria da aprendizagem no ensino básico como um todo. Segundo, pois é demagógico o MEC falar em “universalização do ensino médio”, uma vez que esta etapa do ensino não é suficiente para a formação social e intelectual do indivíduo, sendo os aprendizados científicos e humanos das universidades crucial para isso.


FORA EMI! FORA ENEMBULAR! A EDUCAÇÃO NÃO DEVE SERVIR AOS PATRÕES!

Constatamos, então, que os alunos do ensino médio, das licenciaturas e os docentes do ensino médio, serão atingidos diretamente com esse projeto que está sendo aplicado de cima para baixo por Haddad. Cabe denunciar o papel que tem a pelega e mafiosa, a governista UNE, que recebe montanhas de dinheiro para defender os projetos do governo dentro do Movimento Estudantil. Sem contar que o programa Ensino Médio Inovador terá um comitê gestor central onde um dos assentos é formado pela ultra-pelega secundarista UBES, mostrando novamente sua traição.

A centralidade que devem ter os estudantes na definição do tipo de ensino que nos interessa, ou seja, que interessa a classe trabalhadora, passa necessariamente pelo fortalecimento do Movimento Estudantil Classista e Combativo. Este fortalecimento implica a negação de entidades falidas como a UBES e a negação em compor espaços burocráticos de gestão com o governo, passando, assim, pela reorganização de grêmios estudantis ou oposições de luta, sua coordenação entre escolas secundaristas e pela unidade com os universitários e trabalhadores da área escolar. A ação direta, ou seja, a organização e confiança em nossa própria força através dos estudantes mobilizados, deve ser o método empregado em nossa luta!

Concluímos, então, que as reformas do governo na área educacional se apresentam de forma fragmentada, em vários decretos e portarias, mas formando um todo articulado. Essa fragmentação é também estratégica no sentido de dificultar as contra-ofensivas dos estudantes organizados, única forma de defender a educação pública. Nesse sentido, é crucial compreendermos a correlação entre os vários programas, articulando-os com a atual reestruturação produtiva, via liberalização da economia, levada a cabo pelo governo Lula/PT. O quê está em jogo é todo um modelo educacional, onde as escolas e universidades estão cada vez mais sendo utilizadas como espaço de produção e reprodução capitalista. ■


Abaixo o Ensino Médio Inovador e ENEM neoliberias! Por uma educação a serviço da classe trabalhadora!


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Passe Preso

É... Apesar das inúmeras tentativas do GDF de dizer o contrário, o passe não esta livre, pra não dizer que está bem preso. São tantas limitações que ele mal se meche. Quando foi aprovado na câmara ano passado, Arruda disse que apoiava a idéia desde o começo! Ah...já entendemos, ele só não aprovou a lei antes pois estava ocupado demais distribuindo panetones por aí! Mas como eu ia dizendo...o pobre do passe foi preso pois os policiais do transporte (pra não dizer empresários de ônibus) acham que é um crime essas criancinhas espertas irem para qualquer outro lugar a não ser a escola e no horário de aula. Claro que é absurdo querermos ir para o cursinho, o estágio, a biblioteca, assistir alguma apresentação cultural...enfim! Nosso dever é ficar em casa durante o período contrário a escola, de preferência assistindo “bons programas” na TV , que é pra não pensarmos muito, afinal quem pensa muito pode pensar mal do governo e.....Bom, eu só não entendi porque vão ser 54 passes por mês, no máximo. Quem pega 4 ônibus por dia faz como? Vai a pé, obviamente, pois isso faz parte do novo programa de saúde do GDF para reduzir a obesidade e o sedentarismo entre os jovens...hehe. E isso sem falar que o ex-desgovernador, juntamente ao seu fiel Secretario de transportes Alberto Praga, querem repassar dinheiro público para as empresas aplicarem o Passe Preso. Desse modo...os empresários não perdem nada, o governo fica bem na fita e...peraí!!! Da onde vem o dinheiro pra isso mesmo? De qualquer lugar menos do nosso bolso, é claro, ora que pergunta! No fim das contas.. não precisa nem de contas pra saber quem ganha e quem perde nessa estória. E enquanto isso...mais um ônibus quebrado! Desce todo mundo que o programa “andar faz bem à saúde” foi estendido à toda a população do DF...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ensino Médio Inovador: Tarefas do movimento estudantil para 2010


O Ensino Médio público brasileiro tem sofrido uma série de ataques dos Governos Federal e Estadual nos últimos anos, com ações que privatizam e sucateiam a educação. Tudo isso, com o intuito de avançar com as políticas neoliberais, que prejudicam sempre os estudantes e trabalhadores. Diante disso percebemos um movimento secundarista incapaz, que ou está atrelado a partidos e organizações com fins eleitorais, ou simplesmente cai numa apatia ou desanimo por parte dos estudantes. Desse modo, é preciso unir aqueles interessados em combater essa situação, e que acreditam que somente nossa união e luta, independente de interesses eleitorais e partidários, possam alcançar nossos objetivos. Para isso é necessário compreender que esses ataques não são isolados nem sem motivos, fazem parte da estratégia capitalista para os estudantes, futuros trabalhadores. Essas políticas afetam igualmente secundaristas, universitários e trabalhadores, que devem combatê-las em conjunto.


Diante deste quadro, temos muitas tarefas a organizar neste ano. No movimento secundarista, um dos temas que devemos discutir é o Programa Ensino Médio Inovador. Este programa, em tese, propõe a renovação do currículo escolar visando objetivos como superar desigualdades, considerar a diversidade de interesses dos alunos e criar uma aprendizagem significativa e prática. No entanto, essas proposições contradizem a prática do MEC e das secretarias de educação, que até então tem apenas sucateado o ensino público indo contra estes mesmos princípios. A diversidade de interesses dos alunos não é respeitada, um exemplo prático foi a retirada dos professores de artes no DF que antes se dividiam em cênicas, plásticas e visuais, de acordo com a opção do aluno, substituindo por apenas um professor e excluindo a possibilidade de escolha. O incentivo à prática, tão citado no programa, não é realidade, uma vez que em 2008, foram devolvidos a regional de ensino todos os professores de laboratórios de ciências naturais e informática, em escolas de Ensino Médio do DF, mostrando mais uma vez que o discurso de novas tecnologias para a educação e uso de práticas não passa de retórica do governo para atrair novos eleitores.


O programa não será aplicado em todas as escolas, mas em apenas uma escola piloto por regional de ensino. Isso afirma o seu caráter excludente e sua ineficácia em resolver o problema da educação brasileira, pois seria de se esperar que todas as escolas já tivessem acesso, no mínimo, ao que se propõe no projeto. Sendo assim, o programa apenas servirá para fingir que algo está sendo feito, enquanto na grande maioria das instituições de ensino o Estado continua ausente de suas funções mais básicas.


As escolas tiveram de setembro a novembro de 2009 para apresentar ao MEC um Plano de Ação Pedagógica (PAP) para serem selecionadas a participar do programa. Os PAPs são avaliados por comitês constituídos por técnicos da Secretaria de Educação Básica/Coordenação Geral de Ensino Médio, e inclusive representantes dos governistas da UBES. Esses decidirão o que pode ou não ser aplicado de acordo com o que lhes for conveniente e “sustentável”, inclusive alterando prazos. O que, na prática, significa que ficaremos a mercê das limitações dessas entidades burocráticas e que a comunidade escolar não terá direito de escolha e autonomia, tendo que acatar as decisões do MEC.


Além disso, o projeto deixa claro que para sua realização, haverá terceirização, ou seja, empresas privadas atuando na educação, convertendo dinheiro público para a iniciativa privada (empresários), e dando continuidade às políticas neoliberais de privatização do ensino. Essas políticas já vinham sendo implementadas no DF, através do programa de aceleração da aprendizagem, que obrigava alunos repetentes a assistir o Telecurso da Rede Globo, com apenas um professor para todas as matérias, e desviando dinheiro público para a Fundação Roberto Marinho.


Outra questão a ser discutida e estudada é que a proposta inclui a divisão das disciplinas em blocos de matérias, o que poderia levar a uma divisão não mais baseada em disciplinas, mas em um conjunto delas, pressupondo um professor para cada bloco, por exemplo, e tornando o conteúdo mais superficial. Longe de levar a uma suposta interdisciplinaridade, essa ação levaria a mais sucateamento.


Convocamos os estudantes combativos a organizar, em suas entidades de base (grêmios, CAs, DCEs, Oposições), as discussões e lutas contra a depredação da educação, visando sempre a conscientização das pessoas em relação à eficácia da ação direta. É importante explicitar a ação direta enquanto mecanismo de oposição às eleições, já que essas são apenas uma forma de controle estatal por parte da burguesia.


Avante a construção da Rede Estudantil Classista e Combativa!
Pela ação direta dos estudantes!
Por uma educação a serviço do povo!